sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Acima

"É muito sério", disse o senhor de óculos.

E eu acreditei.

Aquilo que chamamos de decepção

Tem coisas que a gente realmente não entende, mas não fazemos questão alguma de entender.

Não lembro quando conheci o Ivan, mas tenho quase certeza que foi pela internet. Eu gostava dele, tanto quanto ele parecia gostar de mim.

Assim como todo mundo que também o conhece, eu achava ele um cara inteligente, que fazia questão sempre de mostrar que sabia das coisas, e que não ia deixar de lado aquilo que acreditava... dava bons conselhos, me ouvia e eu o ouvia também. Uma vez tive problemas bobos, ele me falou várias verdades que me deixaram melhor. Outra vez ele sofreu por causa de uma namoradinha de SP que, sei lá, não dava valor pra ele. O cara ficou muito mal. E eu, preocupada, dei maior força.

Coisa de amigo, normal.

E aí não sei, a gente se desentendeu por besteira, ele se afastou, e automaticamente, eu também.
E então, pelo visto, ele passou a se interessar muito pela minha vida. Vai ver que faço falta.
E ele resolveu me usar como pauta pra diversão.



(leiam o blog dele. Ele precisa de atenção)

Mas esse não é ponto. A pena é que todos meus amigos discordaram do que ele disse. O que me faz pensar que ele, na verdade, nunca foi meu amigo.

Pelo menos não como eu era com ele. Porque eu nunca reclamei quando ele criticava meu gosto musical, ou quando falava mal dos meus amigos. Diferente dele, que apelou pra me chamar de imbecil, groupie, e poraí vai.

Pena também ver que quase 80% das pessoas que conheço e que o conhecem também, ficaram surpresas com a atitude dele (e os 20% restantes simplesmente não se manifestaram). Foi uma sensação do tipo “e cai um ídolo”. Sabem? É foda quando tu vê alguém com tanto potencial jogar tudo fora por uma piada interna. Piada essa que ninguém sacou muito...

Mas eu agradeço pelo destaque que ganhei na vida dele, sabem? Me senti importante assim, de estar “no topo”. Só achei uma maneira interessante e bizarra de se demonstrar “carinho”. Porque pra dar tanta atenção a mim, deve ser carinho do mais puro!

Ouvi tanta gente chamar de inveja... pra mim não passa de fraqueza pra mostrar o que realmente é e o que sente. Eu, pelo menos, não tenho problema algum de demonstrar o tamanho da minha decepção. E a importância que ele já teve na minha vida.




Temos que começar a prestar mais atenção nos seres humanos... tem gente que não nasceu pra ter amigos. Ou pra ser um, mesmo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Antes que seja tarde

Essa noite sonhei que ficava sabendo que ia morrer em breve.
E vinha aqui escrever um texto citando todas as pessoas que foram importantes na minha vida, explicando exatamente os motivos delas estarem sendo lembradas, e o que aprendi com todas elas.
Engraçado que tinha gente na "lista" que provavelmente HOJE não faz idéia do tamanho da admiração, de como são humanos importantes pra mim. Acordei tendo a certeza de que as pessoas ali presentes eram aquelas por quem eu tinha um sentimento sincero, forte, sem exageros.
Espero conseguir fazer o possível pra que essas pessoas saibam disso tudo antes do dia em que esse texto fique pronto.

*A arte aqui é da Lais Dornelles.
Ela fazia parte dessa minha lista.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

"Fevereiro"

Nunca fui de deixar a vida passar por cima de mim. O que o “destino” resolvia nunca foi maior do que eu, pois as decisões finais nunca eram dos outros. Eram sempre minhas.

Sempre estive no controle, ou pelo menos me sentia assim. Eu mandava em mim, e era fácil, era bom, era cômodo... e perigoso. Um pedaço meu sempre soube que no dia em que as coisas fugissem das minhas mãos eu não iria saber reagir.

E assim foi.

Fiquei perdida entre os dias, as horas, os caminhos, as palavras. Me perdi em mim mesma. Não me reconhecia. Um sorriso bobo tomou conta, uma vontade estranha de não querer mais ficar onde estava, vontade de largar tudo e arriscar todas as fichas no que era inseguro, obviamente perigoso e, sem dúvida alguma, errado. Era mais forte que eu, incontrolável.

A dor me deixava anestesiada. Anestesiada a ponto de não sentir dor alguma, mesmo quando tudo dava errado, e o olho embaçava pela quantidade de lágrimas jorradas dali.

Era tudo muito novo, e talvez por isso fosse tão bom. Mas essa sensação boa não durou muito. A partir do momento em que as coisas estavam fora do meu controle, a vida tomou conta de mim. Foi a primeira vez em que usei o coração ao invés da razão, e talvez ali tenha entendido porque sempre fui tão fechada, racional e calculista.

Deu tudo errado. Tão errado que desisti de tentar me entregar. Tentei tomar conta de tudo, e foi pior ainda. Nunca algo foi tão ruim. O mundo me fez duvidar que as coisas podiam dar certo. Apostei só nos erros, e a partir dali meus planos não incluíam mais ninguém. No lugar da dor “sublimada”, veio um egoísmo tolo, seguido do orgulho... e da desculpa de que eu era melhor que tudo aquilo, e que nunca mais ia acontecer de novo. Eu não ia deixar mais ninguém me deixar do mesmo jeito, não ia me permitir.

E isso tudo pra que?
Na verdade a vida sempre esteve no controle. Eu me enganava, achando que tinha algum poder nisso tudo.

Mas o tempo passou e esperei a cura. Afinal, o tempo não cura tudo? Se não cura, tapa as feridas, que só apareciam em momentos bobos. Mas não permiti (e nem permito) que dessem as caras.

E lá se foi um ano, quase dois, e seguia a mesma, ainda forte no que acreditava. Aquilo não ia se repetir... mas adianta a gente afirmar algo assim?
Bastou um dia comum, como todos os outros, daquela rotina chata, na época em que era escrava das horas, pra voltar atrás.

Veio tudo de novo. E me senti fraca mais uma vez. Algo não me deixava reagir, como se fosse uma espécie de trauma. Meu pessimismo tinha certeza de que sempre que acontecesse algo tão bom, seria daquele mesmo jeito. E não foi.
Desta vez me fez bem de verdade, e fui enganada pelo que achava que era verdade.

A alegria que tomou conta foi muito parecida, sim. E me sentia a vontade, livre, como se agora a vida não fosse mais a “líder”, mas sim uma parceira. Era como se tivéssemos feito um acordo de que as coisas seriam mais simples, que não seria do mesmo jeito, e que eu podia sim ir atrás daquilo que me fazia feliz.
Felicidade essa que tanto tempo depois ainda não foi embora. Todo dia, um após o outro, parece o primeiro. Parece que volto ao início, aquela alegria boba, de adolescente.

Eu não sabia que seria capaz de sentir tudo isso de novo... na verdade, de sentir algo que nunca senti, pois nunca tinha sido assim. É tudo diferente, e desta vez existe valor, não só um desperdício.
E no final das contas, o que interessa aqui mesmo é aquela velha história... A gente é maior que tudo isso, sim. Mas somos maiores mesmo que todo o drama. A parte boa sempre vem... por mais que tenha doído, que nunca tenham pedido desculpas, por mais que o caminho tenha sido construído quase que todo pela dor.
As coisas simplesmente vem, e a gente não escolhe. Sejam boas ou ruins... Mas quando existe o sofrimento, sempre vem algo maior, algo acima da média, mais forte do que nos derrubou, e desta vez vem pra nos levantar.
E quando algo assim aparece, vem também aquela certeza de que tudo valeu a pena, e que me fez aprender que o ideal não é mentira, não é invenção da mídia.

Existem tantas pessoas no mundo... e tenho o orgulho de dizer que no meio de quase 6 bilhões e meio eu achei alguém pra nunca mais deixar de confiar.



(texto "inspirado" na canção Fevereiro)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Se você pudesse voltaria atrás?

Em uma das canções de seu projeto solo Valentin, Érico Junqueira diz: "E sempre que você esperar demais de mim, eu vou decepcionar".

Pois bem, pessoas nos decepcionam, mesmo. E acreditem... na maior parte das vezes, é NOSSA culpa. Somos nós que esperamos demais delas, que criamos expectativas, que achamos que ELAS podem ser o que montamos em nossas cabeças... E na verdade não chegam muito perto disso.

Uma vez disseram pra mim: "eu não posso simplesmente me tornar aquilo que tu espera que eu seja". E sabe, é a mais pura verdade. Nós projetamos algo que nem sempre é real.

E ao final, somos APENAS seres humanos. É demais ter alguém que me vê com olhos diferentes, mas no fundo somos todos grandes farsas, que passam a impressão errada, que enganam... mas nunca tivemos essa intenção. O erro está nos olhos de quem nos vê.
A gente só tenta nosso melhor... e o resultado, às vezes, é decepcionante.

Desculpa se espero demais de ti.
Desculpa se, pra mim, você é um desperdício, capaz de MUITO mais.
O que eu mais queria da vida é que você fosse tudo aquilo do jeito que EU via.
Pena saber que tudo isso era apenas meu egoísmo, pedindo que você fosse mais pra que eu pudesse ter o que queria.




No final das contas, eu que sempre vou te decepcionar.