quarta-feira, 4 de julho de 2012

Empolgação na frustração


Eu sempre quis aprender a desenhar.
Tinha vários "kits" com aquarela, canetinha e afins quando criança, mas NUNCA fui boa o bastante. Rabiscava e tentava achar que a "bagunça" das cores, na verdade, era a forma abstrata que eu tentava demonstrar alguma coisa... o que é bonitinho pra uma criança, mas uma besteira já que não tinha talento nenhum.
Logo desisti.
Assim como eu fiz com o balé, quando notei que era diferente das outras meninas altas e magras e não conseguia dançar igual (o que faz sentido, já que até hoje tô acima do peso e não tenho coordenação nenhuma).
Fiz o mesmo com o vôlei, quando meu time perdeu um torneio e preferi não me inscrever pra próxima temporada, por achar que podia ter sido quase que toda minha culpa.

Essa vida de cabeçadas na parede às vezes me parece como uma eterna roleta de tentativas frustradas. Frustadas até a gente encontrar a certa.

A certa que nunca vem, ou pelo menos nunca veio. Ainda.

É tão difícil aceitar que a gente tem que esperar, e eu já esperei tanto... Me irrito com as possibilidades que não batem na minha porta. E vou desistindo, assim, até o botão de "desligar" ser forçado.

É maré de azar sem fim. Ou com um fim bem longe daqui.
Sentir-se anestesiada em relação a tudo, às vezes, era tudo o que eu queria.