terça-feira, 20 de novembro de 2012

Rabisco

Já faz muito tempo que procuro alguma coisa que consiga fazer apagar os últimos 5 anos.
Não tudo, não inteiro. Talvez algumas coisas que saíram pra "fora da linha", só.
Sabe quando você vai pintar dentro de um quadrado e alguns rabiscos acabam indo pra fora da moldura? Então...

Talvez tudo isso tenha sido nada mais que rabiscos.

Rabiscos num rascunho de tudo que poderia ter sido e nunca foi.
E tudo que é, de fato, não faz o rascunho ser.
A gente tenta jogar o rascunho fora, amassa o papel, joga na lata de lixo.

Mas quanto tempo demora pra se livrar daquilo, mesmo?
Talvez nunca.
Quero apagar, me livrar, não sentir mais o peso dessas linhas nas minhas costas.

Recomeçar do zero. Conhecer tudo de novo.
Não quero mais ter essa lista de  pessoas que não quero mais encontrar, porque seria mais simples só nunca tê-las conhecido.

Nada me deixa mais próxima do fracasso que evitar.

E eu evito.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lista do adeus

Depois de tanto tempo indo a lugares vazios e encontrando pessoas mais vazias ainda, meu maior desejo era só fugir pra longe e nunca mais voltar.
Sabe quando você tem que lidar com pessoas que deseja nunca mais encontrar?
Estava cansada disso. De dar um oi forçado, um abraço indesejado.

Tudo o que mais queria era partir, ser esquecida, começar do zero.
Qualquer ameaça de aproximação era motivo de pânico e, pra evitar, nada parecia o bastante.


Ir pra longe foi uma solução a curto prazo, já que era por pouco.
Mas já foi satisfatório pra completar a listinha de "coisas-que-nunca-mais-quero-ver".
Acho que a gente precisa de momentos desse tipo de tempos em tempos. E de nada adianta ter que fugir pra nãos mais conviver com os fantasmas. Eles são permanentes, mas, pelo menos, podem ser evitados.
A gente tem que aprender a lidar com isso, como quem amputa a perna e precisa aprender a caminhar com uma prótese.

Algumas coisas simplesmente acabam, não voltam. E a gente tem que ir pra frente. Só pra frente.

A lista tá pendurada na parede do meu quarto, pra que eu não esqueça mais da distância que se tornou necessária pra um pouco de sanidade.
Porque até quem sempre diz querer o certo, pode ser o maior vazio de todos.

Não se assustem se não me verem mais.
É melhor assim.