segunda-feira, 27 de junho de 2011

Gaveta

Escute as músicas que te lembram ele.
Veja as fotos, os recados antigos, os bilhetes.
Sorria com as memórias boas.
Brigue com as ruins.

Te dê a chance de viver toda aquela história de novo.

Foi?

Certo, agora respire fundo e guarde tudo na gaveta.
Aquela que você nunca ousa abrir.

Uma hora a gente tem que esquecer.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Deixa o tempo resolver

"Você é a garota MAIS difícil que conheço", ele disse irritado.

Ela riu.
"É só impressão."

Ele andava com medo do que podia acontecer. Mas mal sabia que ela se sentia do mesmo jeito.
Tudo por culpa de todos os outros que fizeram questão de mostrar a ela o quanto nada era como ela imaginava que fosse.
Confuso assim.

E ela acordava todas as manhãs com aquele aperto ruim, aquela sensação de que estava tudo errado.
Ninguém despertava nada naquele coração tão abandonado.


E há meses ela se perguntava quem é que ia conseguir salvar aquele fracasso anunciado.

E se ele...
Nah.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ontem, HOJE, amanhã

Fiquei pensando sobre como as coisas dão errado.
Pensei também sobre como dão certo.
E sobre como não gosto de comemorar ou comentar que está tudo bem.
Porque sempre que descanso a cabeça e suspiro por sentir que está tudo ok, alguma coisa faz tudo mudar. É a ordem natural das coisas, pelo visto.

Mas tá tudo bem, sim.
É engraçado encontrar satisfação quando a gente pensa nisso.

E é tão comum a gente procurar um problema onde não tem, ou reclamar que falta alguma coisa... Mas, no fundo, não falta quase nada.
Fiquei pensando em como eu me sinto a vontade com tudo, como se estivesse em casa.
E em todas as pessoas que me dão a mão pra me oferecer algum conforto e que se preocupam pra que eu me sinta bem.

Há uns 4 dias eu tenho ido dormir muito tarde, muito mesmo.
E não é que não exista sono, mas ficar acordada tem sido muito melhor.

Ontem a gente conversou sobre dar um passo de cada vez.
E chega a ser absurdo o quanto me conformo com o tempo que tem que passar pra tudo se encaixar.
E como a nossa vida escoa em momentos aleatórios, como nossas escolhas têm SIM uma reação lá na frente, no quanto a vida parece um quebra-cabeças...

E eu fecho os olhos com força pra conseguir desejar direitinho tudo o que preciso e torço pra que esteja tomando as decisões certas.

Eu me afastei visando só a aproximação, e essa sensação de ter tirado um elefante das costas não podia ser melhor.

Anotei no calendário que o amanhã é o mais importante e, por isso, o hoje é a prioridade.
Porque o que eu viver agora vai decidir o que está por vir.
E o que eu vivi...
Bom, não tem mais volta, mesmo. E se tá tudo bem agora, é porque alguma coisa eu fiz direito.

Pelo menos isso.

domingo, 12 de junho de 2011

RS 292

Bateu aquela dorzinha idiota de saudade, e eu de novo fiquei pensando besteira.

Engraçado que quando isso acontece, não tem nenhum amigo online no msn.
Paciência.
Na verdade eu sei o que eles iam me dizer.
"Não fica assim, vai passar, você é maior que tudo isso", bla bla bla, não é isso que quero ouvir.
Já sei nem mais o que quero ouvir, porque nunca escuto, mesmo.
Talvez se eu tivesse evitado, enfim, agora não faz mais diferença.

Mas eu sinto saudade, sim. Todos os dias. E dói. E eu não tenho motivos pra fingir pra mim mesma. Não mais.
Porque eu sempre dizia que não, que tava tudo bem, mas eu tava só tentando me convencer.
E vai ver é isso que a gente faz quando bate o pânico de não conseguir mais se salvar de uma situação absurda.
Eu tenho é vergonha. Vergonha gigante de não ter superado por completo.

E eu sempre fico pensando... fico assim pelo que não vivi, pelo que foi, por querer de novo?
Nunca sei exatamente o que essa saudade significa.

Tem algumas noites que sonho que você me diz que ainda gosta de mim, pedindo pra voltar.
E eu te digo não.

Te digo não com tanta certeza, que às vezes acho que não aceitaria você de volta nem se fosse pra ser como antes.

E talvez a dorzinha boba seja isso.
Dor de saber que aqueles anos lá não vão voltar, que aquela tarde de inverno que fez calor ficou pra trás, que descobrir que se pode gostar de alguém de verdade...
é só uma vez, mesmo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ele

Leio o que ele escreve e me dá inveja.
Ele usa as palavras muito bem.

E eu tento escrever como ele, da rotina, dos dias, do tal cinza e tudo mais, mas não.
Só sai uma linguagem enjoada e metida a rebuscada, nada meu é simples. É tudo complicado demais, enrolado demais.

E aí volto pra ele.
Quantas e quantas vezes já não escrevi sobre ele...
E nenhuma lamentação, completamente diferente do que sempre escrevo quando falo sobre outra pessoa.
ELE me desperta algo diferente.


Eu lamento por ele, sabe? Dói em mim também. Porque eu sei que lá dentro acontece uma manifestação ambulante, uma roda punk de sentimentos...
Mas ele não desiste, e a cada erro parece só querer se encontrar.

Aí ele sorri, me chama pelo apelido que me deu, me abraça, diz que me ama, e a inveja até passa.
Porque ele é quase meu irmão. Ele faz crescer em mim o amor que ele tenta distribuir poraí. E me ensina muito, mesmo sem nem tentar.
Desde o primeiro oi, sempre foi assim.
Quase um amor a primeira vista, uma identificação imediata, amizade que eu levo numa corrente pendurada no pescoço pra que dure a vida inteira.

Quando eu tento me encontrar, é nele que acabo me achando.
Na voz cansada de quem já caminhou demais, naquele olhar que parece sempre implorar por um sorriso.
E quando ele escreve, minha mente começa a funcionar, impulsionada por palavras tão simples, mas tão verdadeiras.

Quisera eu ter talento pra falar assim.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bloco de notas

Escrevo sobre você porque nos meus textos você é perfeito.

Mas é uma pena te ter por perto e ver que você não faz jus ao que digo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Plástico

Já faz muito tempo que não sei o que significa "gostar de alguém'.
Será que a gente esquece?
Será que tem como voltar?

Lá se foram vários meses de sei-lá-o-que e acho que aprendi de novo a como ficar sozinha.

Não vou mentir. Invejo um pouco os outros casais. Mas não por querer ter o que eles tem, mas por talvez saber que é tão absurdo e difícil encontrar alguém que às vezes a gente até desanima, desiste por não querer ter que lidar com toda aquela confusão de novo.

Eu não gosto de ninguém não por não ter ninguém pra gostar.
Eu não gosto de ninguém porque cansei de sempre ver as mesmas pessoas, as mesmas desculpas, ser quase sempre "passada pra depois".

Fico naquele ranço de dizer que o problema são os outros, mas quem sabe o problema não é comigo?
A gente nunca se acha bom o bastante... até pra quem não nos merece.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Deixa eu te contar...

Andei treinando muitas despedidas nos últimos dias.
Ensaiei frases em frente ao espelho, tentando lembrar do que eu precisava falar, o que devia ser dito, o que não podia passar em branco.
No meio do caminho me dei conta que já ensaiei muitas chegadas, também.
E aí você treina tudo e nunca sai do jeito que você espera. Porque quem tá do outro lado acaba sempre te surpreendendo.

E naquele momento em que os vi no palco, só conseguia lembrar de como tudo aconteceu e nos trouxe até aqui.

Como aquela vez em que a van atrasou, porque marcaram o horário errado com o motorista. E eu sentei em frente ao bar com um amigo, agarrada no telefone, pra que nada desse errado.
E no fim ninguém se deu tchau direito naquele dia, porque tava todo mundo atrasado pra voltar.
Ali eu vi 4 meninos que eu acreditava. É estranho te posicionar assim sobre teus amigos, porque geralmente a gente abraça algumas causas pela parceria.
Mas ali não. Era uma coisa maior, ia além e me fazia sentir coisas que nem sei se existem formas pra se explicar.

Foi quando vim pra cá que tudo tomou forma, foi um projeto que abracei com toda a força que podia ter.
E cada tijolo que a gente foi colocando, cada passo que a gente deu junto, escoou aqui. Bem aqui.

Lembrei daquela vez que a gente se encontrou na casa dos meninos pra tentar ficar bem, porque sabia que vinha coisa difícil pela frente, ou quando viramos a noite gravando clipe, querendo ir embora pra casa a todo instante, mas sempre deixando a impressão pra quem tava ajudando de que ia acabar logo...
Aquela vez que fomos comer num rodízio de pizza e dissemos "O PRÓXIMO SABOR QUE PASSAR TODO MUNDO VAI TER QUE COMER!"... e veio calabresa, que decepção!
Ou aquele show na Independência, o primeiro do "gurizinho" que tava assumindo a bateria. Lembro como se fosse ontem: uma menina pediu um autógrafo, e ele ficou perdido, sem saber o que fazer. Todo mundo riu tanto vendo aquela cena, mas na verdade, o que ninguém sabia era que aquilo ali ia virar rotina alguns anos depois!
Quando me perguntaram "qual tu acha que é a maior vitória que a gente pode conseguir?" e me disseram um "Vai rolar" logo depois que respondi o que eu achava que era...
E quando isso se repetiu no ano seguinte, a gente saiu às 4h da manhã pra poder chegar a tempo. A gente conseguiu fazer o milagre da multiplicação numa cama pra que desse pra descansar, e quando fui pra sala, estranhando o silêncio e achando que todo mundo tinha saído, me deparei com umas 8 pessoas divididas pelos sofás, dormindo junto.

E as coisas foram dando certo, tão certo, pra todos nós.
A gente se ajudava porque a gente acreditava, porque a gente era aquilo dali.
E eu coloquei toda a minha força e fé nos 4 meninos que me fizeram ser quem eu sou hoje.
Fiquei abismada porque naquela hora só lembrei de coisas boas, de momentos em que a gente se apoiou, em que todo mundo se reuniu e fez tudo funcionar. E engraçado porque depois de tanto tempo, em nenhuma hora foi ruim, foi difícil, foi complicado. Foi sempre simples, foi sempre agradável.
E fomos sempre assim, também.
Acredito que isso seja eterno.

O que me emociona e ainda me tira o ar em alguns momentos, é ver como crescemos JUNTOS. É ver que eu tô seguindo pra um caminho diferente porque apareceu algo maior.
Mas que eles estão tão em frente quanto eu... E se eu ajudei eles a chegarem onde chegaram, eu só consegui tudo o que tenho por culpa deles, também.

Eu deixei um pedaço de mim porai, porque não sou capaz de dar um adeus e jogar tudo pra longe. É isso que explica tudo o que a gente já enfrentou.

Algumas decisões na nossa vida são difíceis, mesmo.
Mas nada, nada MESMO, acontece sem querer. Muito menos a gente.

E são nessas decisões complicadas, nesses abraços de "obrigado por tudo" e no sorriso honesto de quem fica feliz por ti, é que a gente vê que fomos muito mais que uma equipe.
Somos uma famiLHA, com "LH", mesmo, como nos chamamos. Desde sempre, desde o começo.

E no fim eu ensaiei uma despedida inutilmente.
Porque ninguém abanou dando tchau, ninguém chorou porque nunca mais ia se ver.
Não foi uma despedida.
Foi um "muito obrigada", foi um "vocês são os culpados por isso também".
Foi um "a gente sempre soube que esse dia ia chegar e que bom que veio por um motivo tão bom".

Não consigo imaginar o que pode vir pela frente, mas consigo ver claramente os mesmos 4 meninos nas minhas "futuras lembranças".
Pois é isso que a gente chama de "amigos pra vida toda".
E não consigo achar outra definição pra pessoas que conseguiram mudar tanto a minha vida.