sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010

Acaba sempre sendo muito tentador fazer um balanço do que foi o ano que passou. Tentei pensar sobre 2010 de todas as formas, mas parece que nada é o bastante, parece que sempre vai faltar alguma coisa. Talvez seja porque o ano ainda não acabou.


Mas nenhum conceito aqui pode explicar o que foi se “desapaixonar”, ver todo um futuro fugir entre os dedos, o que foi achar que havia se encontrado e se perder, o que foi ter se entregado de corpo e alma a um projeto (duas vezes!), o que foi ter vibrado ao ter em mãos dois anos de empenho, o que foi fazer valer um lugar que tantos julgavam não ser teu.


Em 2010 eu deixei de te amar. Em 2010 eu passei a te amar mais. Em 2010 eu me surpreendi por gostar dele (por mais que eu não faça idéia de onde isso vai me levar).

Em 2010 aprendi que nem todo mundo vale a pena, entrei em pânico ao conseguir ver todo mundo “sem suas mascaras”… vi quem são meus amigos de verdade (mas afinal, não é isso que acontece todo ano?), senti saudades de casa, quis fugir de casa, me arrependi de ter voltado pra casa… e me senti em casa nos braços de quem sempre me pareceu tão longe do que eu ousaria chamar de lar.


Me fiz de forte, fui orgulhosa, superei o insuperável (que achava que ia ser pra sempre – fail me) e o superável. Acordei acompanhada, acordei sozinha, não dormi.

Afundei os pés na areia e até cogitei adotar um gato (!!!!!).

Dane-se as pequenas coisas. 2010 foi um ano de encontros e desencontros, amores e desamores. Deu tudo muito certo, apagando tudo aquilo que deu errado (e podia ter roubado os momentos bons de mim).

Foi um ano SÓ meu. Um ano que eu guardei dentro de uma caixa e vivi sozinha, não dividi com ninguém. Foi um ano egoísta, e QUE BOM que foi assim.

Em 2010 eu senti 2008 tão perto e tão longe.
Foi como uma chance pra poder viver tudo de novo, só que do jeito certo.

Ah, anos pares… o que vocês fazem comigo?

Mas acaba sendo sempre tudo impar. E 2011 só vem pra provar o quanto eu estava certa. Ou não.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vida besta

Traição é uma coisa comum, e acho que todo mundo sabe disso.
Demorei muito tempo pra me dar conta que era normal. Sempre sonhei com o cara ideal, o romance certo e toda aquela história de contos de fadas que não existe na vida de ninguém. Até o dia em que eu vi que 70% dos meus amigos traiam suas namoradas e não pareciam se afetar por isso.

Não era uma coisa “NOSSA, eu traio minha namorada, como sou filho da puta”. Era mais “Essa é minha vida, sou feliz assim e ainda tenho minha mulher me esperando quando chego em casa, o que mais posso querer?”. E aí vai de cada uma aceitar isso ou não. Cada um sabe bem onde dói seu calo e quem sou eu pra julgar, né? Enfim, aprendi isso com o tempo… e por mais ridículo que seja você se conformar com algo assim… bom, fazer o que?! É rezar pra não me meter numa fria assim.

O problema, na verdade, é um só. O cara que trai a namorada só corre UM risco. E não é nem que a namorada dele descubra todas as cagadas que ele faz, porque ACREDITE, grande parte das namoradas sabe de TUDO.
Mas o real problema numa situação assim é só um: que a mina que ele pega se apaixone DE VERDADE por ele. Aí, meus queridos… sai de perto, porque a coisa fica feia.

Porque enquanto as pessoas só se “pegam” (ODEIO esse termo, jesuscristomeuirmão) só pela diversão, bom, ninguém é de ninguém e tem gente que consegue viver assim. Mas quando a menina se apaixona pelo cara e começa a achar que ele vai largar a vida dele pra ficar com ela… ai ai ai. É duro.
Porque ele não vai. E todo mundo sabe disso.
Você é a outra. Você é a “válvula de escape”. E talvez essa seja a única qualidade que ele veja em você, saber que você não o prende, não cobra e enfim. Porque se não fosse contigo, seria com a Maria, com a Joana, a Sofia, enfim, qualquer outra menina. Mas a namorada dele vai ser sempre a mesma, porque apesar de tudo, NÉ, é pra ela que ele vai correndo no fim do dia. Não pra você.

Tenho muita pena “da outra”, porque ela nunca se liga a tempo que tá fazendo papel de idiota. Seria mais fácil se ela pulasse fora antes da tragédia, sabe. Porque ela nunca vai “salvar o cara”, ou algo do tipo. Ou você acha que ele vai largar toda a segurança e a vidinha estável dele pra correr algum risco com você?
Claro que não vai…

O problema é entre A e B, e você é a apenas a C, que pode estar ali ou não.

E é bom pular fora dessa confusão enquanto da tempo… porque você só vai se machucar, só vai tomar tufo, só vai se iludir. E vai deixar vários amores passarem, na ilusão de que aquele cara que te liga pra te dar boa noite sempre vai um dia te dar boa noite de verdade, do teu lado. Mas a gente sabe, ele não vai. Ele não tá nem aí pra ti. Porque ele é egoísta e só pensa nele. Só nele. Se pensasse em você já teria largado tudo. Se pensasse na namorada, não estaria traindo.

Então, aprende logo: seja egoísta também. Foge enquanto há tempo e pensa mais em ti.
Deixa o cara lá tomar o tufo dele sozinho e vai ser feliz.

O resto o tempo resolve.

Mas enfim. Isso é o que EU acho. E boa sorte pra gente.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Slow Dancing In A Burning Room

Sempre acho que sou a errada. Sempre.

E quando vejo tanta gente fazendo tanta coisa igual, e só eu tentando fazer diferente… Bom, nadar contra a maré não devia ser algo fácil mesmo, certo?

E todo mundo é tão “livre”, todo mundo “se gosta” e “se pega” e não, NÃO, eu não quero isso pra mim. Fico me segurando pra não dizer que as coisas não funcionam assim, e fico quieta, esperando que ele me olhe e veja que eu não quero só aquela noite, ou uma carona até em casa. Eu quero dias, semanas, todos os olhares e sorrisos. Mas parece que não é o bastante. Porque ninguém tá realmente pronto pra isso.

E mais uma vez volto pra casa achando que tô procurando nos lugares errados. E é muito clichê dizer que a gente acaba sempre encontrando o que procurava EXATAMENTE onde não procurava. Certo?

É como dar de cara com o JOHN MAYER, se apaixonar e ver que ele é um cachorro. É óbvio demais. É lindo. Diz coisas maravilhosas. Mas não presta.

Meus olhos ardem de todas as noites mal dormidas de quem se preocupa demais. Tô MORRENDO de medo de perder. Acho que nunca me senti tão mal por saber que posso desperdiçar tudo isso sem querer.

É como tomar coca-cola num copo de cristal. Ou perder na Mega-Sena por um ponto.

Me perco na minha ansiedade, e já falei tanto em insegurança, mas eu tô caminhando no muro do terraço, aqui. Um passo em falso e goodbye me.

Meu orgulho tá me dando uma surra. Mas eu espero o tempo que for preciso. E se for pra “tomar o tufo”, pode vir.

Você vale a pena. E eu tô pronta.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Agridoce

Veja bem, meu bem: Eu não quero ter que mentir, nem omitir, muito menos fingir.
Sou tudo o que sinto e não escondo nada.

Você sabe exatamente como é. E tenta me levar nessa calmaria. E me joguei no teu rio, me deixei levar pela correnteza. Mas de que adianta se nado sozinha?

Em nenhum momento você disse que me acompanharia, eu te entendo tão bem… Mas minha mente é fraca, e me perco nos meus pensamentos idiotas, sempre tão pessimistas e sonhadores.

Desculpa se eu estrago tudo, mas é difícil demais ter que lidar com essa insegurança… e nós dois sabemos: é complicado demais quando se gosta de alguém como eu gosto de você.

Mas eu espero. E quero que você saiba que eu não busco aqui o amor da minha vida, ou um futuro perfeito. Eu procuro tua mão, teu abraço e teu sorriso de quem fica sem graça quando não sabe o que dizer. A gente se perde quando é conquistado desse jeito… é agridoce demais.

E não vou correr, não vou me apressar. O tempo é valioso. E é nosso. Temos todo o tempo do mundo.

(Desculpa por te chamar de “meu bem”. Não quero ser possessiva, mas também não posso me entregar tão fácil assim…)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Inércia

Deitei pra dormir com aquela sensação estranha de que o corpo flutuava sobre a cama. Acontece às vezes. E eu tento mexer o dedinho do pé e parece que preciso fazer todo o esforço do mundo pra que isso aconteça. Parece uma anestesia, alguma coisa não normal.

Quando fechei os olhos, me senti cada vez mais longe. Acordei com o celular tocando. Tocou umas três vezes. Na terceira eu já nem respondi.

Acordei às 7h, mas forcei pra dormir mais. Sonhei com água de novo. Deve ser o que? A sexta noite seguida que sonho com água. Dessa vez era uma piscina. E na rua chovia forte, mas eu tava na piscina coberta que tinha na minha casa. E corria desesperada, pedindo pra minha mãe não sair de carro naquela chuva, porque os carros tavam caindo dos viadutos com a força do temporal. E voltava pra piscina, reclamando que a água tava suja de traça.

Acordei decepcionada por ter dormido tanto de novo. Era assim quase todo dia. Era tomada por essa "maior preguiça do mundo", que parecia ser broder do tédio e da sensação de que os dias já não tinham mais graça.

Passei café, sentei na mesma cadeira, abri os mesmos sites... tentei prometer que não ia ser igual ao dia anterior, mas anda tudo tão errado... de onde a gente tira ânimo mesmo?
E lá ia meu corpo, flutuando...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Café e Passatempo

Maldita seja a insegurança.

Por mais que a gente saiba que tá fazendo a coisa certa, rola aquela sensação de que "tá tudo errado".
Comigo parece até rotina pensar que vivo uma mentira. E tá, é muito idiota. Ainda mais quando tu analisa uma situação inteira e vê que tá "ganhando". Mas não adianta, eu sempre acho que meu nome empacou no último lugar.
Me seguro pra não falar o que realmente penso, por medo de estar pulando etapas, ou sei lá, só pensando demais.

Mas olha, eu tô tentando. E é demais essa sensação de "coração aberto", de deixar o tempo levar a gente e tudo mais. Ainda mais quando tudo compensa. E como compensa. :)

Mas eu sempre fico nessa guerrinha de cabeça x coração. E acaba sendo ridículo, porque no final... eu sempre perco.

Mas também ganho.
E essa vitória é exatamente aquela que eu sempre quis alcançar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cenoura, laranja e mel

E aí meu laptop começou a fazer uns barulhos estranhos. Fiquei olhando com cara de maluca pra ele, como se ele fosse me ver também e entender que eu estava incomodada.

Queria sair de casa, queria dar uma volta, queria mergulhar os pés na piscina, queria qualquer coisa.... QUALQUER coisa. Havia passado o dia todo enfurnada no mesmo lugar, encarando a mesma janela, como se alguma coisa fosse aparecer pelo céu me chamando pra sair. Era sempre assim: eu esperava. Esperava, esperava, aguardava enquanto esperava, e não fazia nada.
Quando alguém me convidava pra sair, eu dizia não, na esperança de que alguma coisa melhor fosse aparecer. Mas não aparecia. E eu era orgulhosa, e não ia voltar atrás do meu não, né? E ficava ali, sentadinha, tentando organizar lembranças e pensamentos, que só me deixavam cada vez mais confusa.

Não conseguia me concentrar e isso era horrível. A espera era uma tortura.
Aí claro. Você se pergunta: "Ah, mas poxa, o que você tanto espera, hein?".

Sabe que eu não sei?
Acho que espero por algo pra esperar. Espero por uma vontade que me faça sair de casa. Espero que eu esteja errada quando digo que eu não mereço tudo isso.
Espero que as pessoas me entendam, talvez. Que elas me apoiem e digam "Ah, que legal! Eu sabia que isso ia acabar acontecendo, tu merece!".

Espero por qualquer coisa que não seja esse fracasso ridículo que é ficar em casa, trancada, esperando passar essa vontade de te esperar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Alergia de sair de casa

Às vezes a gente cansa. Só isso.
Cansa das mesmas caras, das mesmas piadas, do peso da máscara que usamos pra sair de casa.

A gente força tanto o riso que o rosto dói.
Chega uma hora que a gente se perde dentro do próprio personagem e fracassa na arte da farsa.
E aí quando chega em casa, se sente vazio, murcho, absurdamente trouxa por sempre tentar, mesmo sabendo no que vai dar.


Existem certas pessoas na minha vida que guardo como prêmios ao lado das medalhas de "Pessimista do ano", na minha prateleira.
São como aquelas figurinhas premiadas no Willy Wonka. Elas não te dão passeio a fábrica alguma, mas tê-las é algo quase exclusivo, motivo de alegria e tudo mais... e então, me acostumo com elas, me fazem bem. E quando acho que tudo é tão bom quanto elas, jogo as expectativas pro alto, e acabo dando de cara no chão... Pessoas são apenas pessoas... mas umas são bem menos que outras.



É um perigo se entregar.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Se a gente pudesse escolher, talvez não teria tanta graça

Enchi o copo até o topo.
Que ridículo, beber pra esquecer.

Fui completamente sem limites, sem pensar. Tudo pra não ter que lembrar do que tinha acontecido... Era mais fácil esquecer do que resolver. E essa era eu, sempre enrolando, adiando, sofrendo por não assumir tudo o que tinha feito.

Escondia o que todo mundo já sabia. E me sentia incrível por ter esse "poder" nas mãos... poder de ser uma farsa.

Passei meia hora olhando fixamente pra parede, buscando uma solução.
Foi quando o telefone tocou e você disse que queria me ver.

Deixei o copo em cima da mesa, ainda cheio.

Sem nem tomar um gole, esqueci de tudo.
Era isso que você fazia comigo: me levava pra outro lugar, me deixava leve, me transformava em tudo aquilo que eu sempre quis ser.
E apesar de eu sempre abusar do pessimismo e de me perguntar até quando você ia seguir me enganando, eu sorria.

Sorria ao beber esse copo cheio de você.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sobre espelhos e balanças

Às vezes paro pra pensar, e chego a conclusão de que pessoas inteiramente satisfeitas com sua aparência física devem ser aberrações da natureza.

Sempre tem alguma coisa que nos “estraga”, sempre temos um motivo pra reclamar.

Quando me olho no espelho, encontro infinitos defeitos. Olho e penso: “como pude deixar chegar a esse ponto?!”. É complicado. Qualquer deslize e OPS, tô acima do peso.
Aí me deixei levar. Ganhei mais do que devia. Fiquei diferente. Sou chamada “carinhosamente” de gordinha, comecei a virar motivo de piada sobre comida… comecei EU mesma a me fazer ser piada sobre comida… E quando vi, já não tinha mais controle.
Não tenho mais paciência pra regime. Não sei ir pra academia, fazer exercícios. É complicado falar que não quer tomar Coca-cola, ou não ter vontade de chocolate…

Mas o fato é: eu REALMENTE não me importo. Se me importasse, já tinha me jogado pela janela. Porque cá entre nós, eu já fui mais magra/bonitinha. E é engraçado pensar que naquela época eu já me achava “gorda”. Hoje vejo fotos e me assusto… “De onde que eu tinha tanto osso?”.
Mas sabe, quando vejo essas meninas malucas porque tomaram um sorvete, ou porque jantaram Mc Donald’s, penso em como EU seria infeliz se controlasse cada passo, cada caloria, cada garfada. É completamente irritante alguém assim do seu lado, porque nada é pior do que alguém que não se aceita, que é infeliz dentro do seu próprio corpo. Isso torna a pessoa mais feia do que qualquer gordurinha saltada naquela blusa mais justa.

É nessas horas que eu começo a viajar naquelas coisas de pessoas de verdade e de mentira. Porque parece que tudo o que importa é o que você mostra, o que você representa…. São as roupas que te caem bem, e o decote, a perna bonita, o fato de você tirar fotos na praia de biquini e postá-las no orkut, sem problema algum (mas certamente com alguma legenda te rebaixando).
Não quero nem falar de extremos, mas se você só pegar o “grosso” do que tô falando, vai entender.

Pessoas são bem mais do que isso. É óbvio que eu adoraria ter 15kg a menos, mas será que isso ia mudar alguma coisa? MESMO? Ia me tirar alguma chance na vida? Eu ia ser mais por isso? Fazer mais amigos? Ir a mais festas? Ter mais “menininhos apaixonados" por mim (ou melhor, só querendo me pegar)? É isso mesmo que eu procuro nessa vida?

Ou procuro pessoas de verdade, que me conheçam e que me respeitem de VERDADE, a ponto de eu deixar elas fazerem piadas sobre eu ser “gordinha tensa” sem me preocupar?

É um ciclo vicioso. Quanto mais pessoas que gostem de mim pelo que sou estiverem em volta, mais eu vou ver que o que vale aqui, MESMO, é ser o que a gente REALMENTE é. E sabe… ser quem a gente realmente é APENAS traz gente de VERDADE pra perto.

Claro que não aposto aqui em “perder o controle” e sair chutando o balde, mas a verdade é uma só: Meu espelho não mostra quem eu sou por inteira.

E nada melhor do que pedir uma pizza e rir na companhia dos nossos verdadeiros amigos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Capacitor de Fluxo (2)

Sinto um frio na barriga constante.
Parece que não tem ar o bastante pra respirar.
Me pego olhando pro teto, sorrindo.

Fico nervosa e cada vez que o telefone toca, parece que não vou conseguir chegar até ele, de tanta ansiedade.
Ando me perdendo em pensamentos, e naquela sensação idiota de que preciso voltar no tempo pra seguir assim.



Me odeio por não conseguir me controlar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Quarta Ponte

Quando colocou os pés na água, não conseguiu decidir se estava fria ou não.
Só conseguia pensar em não fazer a coisa errada, em não estragar tudo, em não pensar demais mais uma vez.

E enquanto os pés afundavam na areia, ela procurava nele um apoio pra não cair. Era naquele abraço que ela se sentia bem, e já nem lembrava como tinha ido parar ali.
Olhando pras ondas sentiu uma ponta de insegurança, como quem tá perto da linha de chegada e tem medo de tropeçar.

Pensou duas vezes antes de falar, mas não conseguia "pensar duas vezes" o que sentia. E quando ele disse que tudo ia ficar bem, ela respirou fundo, fechou os olhos e pediu pra que, só daquela vez, as coisas dessem certo de verdade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Envelope

É estranho sentir saudades de casa.
"NADA mais normal", eu devia pensar. Afinal, foram 15 anos morando no mesmo lugar, na mesma rua, com os mesmos amigos e sempre dando bom dia pras mesmas pessoas no elevador.
Foram anos muito parecidos, acolhedores... Anos de risadas gostosas e abraços confortáveis.

Por mais que me vire bem com a "solidão" que a gente ganha de bandeja quando resolve "morar sozinha", às vezes me pego olhando pros lados, procurando por uma companhia entre os quartos vazios.

É estranho sentir saudades de casa porque "ir embora" devia ser uma coisa natural. Era mais que uma vontade, sempre foi uma meta. E em nenhum momento cogitei voltar.



Mas, no fundo, eu sei: o que dói mais não é a saudade. É saber que não pertenço mais aquele lugar que SEMPRE foi tão meu.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre aquilo que a gente evita falar (Ou não)

Então, me diz, como posso colocar em palavras tudo o que quero te dizer?
Sou chata e repetitiva, mas isso é fato e acho que já ficou claro pra você.

Tenho esse lado irritante, orgulhoso, que se esconde por trás de um escudo idiota, agressivo e sem noção. Não queria ser assim. No fundo, fico esperando que você me ligue e que diga que quer me ver. Que sei lá, não tinha nada pra fazer e lembrou de mim.
Sim, um pedaço meu REALMENTE espera que isso aconteça.
E então fico aqui, sentada no mesmo lugar, olhando pro telefone, na esperança que você mande notícias.

Tenho um pouco de vergonha por me ver tão exposta, tão fora da minha zona de conforto. Olha só o que você fez comigo!
Sabe, eu não queria me sentir assim. E acho que é isso que falta te falar. Porque tá absolutamente INSUPORTÁVEL aguentar ter que pensar em todos os prós e contras, e nem assim deixar de ficar sem ar quando te vejo. Não sei o que fazer nessa situação.
Abomino o "mal resolvido", odeio qualquer coisa que seja pela metade, e não consigo lidar mais com esse nosso "comodismo" de não resolver nada com nada.

Não dá pra dar jeito em tudo sozinha.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vitória

"De onde você tá tirando tanta inspiração?", perguntou aquela amiga da curiosidade irritante.

"Ah... da vida... dos filmes...", tentou desconversar. "Sabe como é, né? Quase nunca falo de mim...".

A amiga riu. Ela também.
Riso nervoso, daquele que a gente usa quando não sabe o que dizer.

Voltou pra casa contando os passos, alinhando bem os pés, caminhando sobre um risco imaginário que a ajudava a se distrair pelo caminho.
Tentava não pensar nele. Não nele! Não naquele sorriso, e de como ele a deixava sem palavras.
Nãaao, não, não.

Ela que sempre foi toda dona de si, orgulhosa por ter sempre "tomado a iniciativa" e uma atitude... Agora tava ali, olhando pra parede, se perguntando o porque de tanto sentimento, logo por quem não esperava.

"Ah, a ironia da vida!".
Se preocupava, e muito, com o que ele poderia pensar de tudo aquilo. Mas, no fundo, já não ligava.
Não ia assumir nunca o que sentia. E muito menos ia perguntar se ele podia sentir algo parecido também. Resolveu esperar sentada.
No auge de "trouxisse", preferiu se calar.


E ali ficou.

Sobre neophobia e heróis

Coitada, ela não tinha coragem.
Imaginem só, falar o que realmente sentia! Que?! Nunca!
Só uma idiota faria isso. E ela era orgulhosa, medrosa... em outras palavras, era uma verdadeira cagona.

Imagina ter que lidar com um não! Já pensou? Depois de TUDO o que passou? Nem pensar! Descartou toda e qualquer possibilidade de decepção. Abraçou forte junto ao peito as expectativas que ela mesma havia criado. Sabia que eram todas dela... mas nem por isso deixou de levá-las a sério.

Optou simplesmente por "não tentar". Ia ficar ali, sentada, sorrindo que nem idiota cada vez que lembrasse daquele abraço que parecia aquele tal "melhor abraço do mundo".
Se comparava a uma menina desajeitada de 10 anos, apaixonada pelo cara popular da escola. Ela sabia que ele nunca olharia pra ela. Ela sabia que era tudo mentira, que eles nunca dariam certo. Mas só aquele dia, que por ironia do DESTINO ele ficou na frente dela na fila do bar, já valeu o ano inteiro.

Gostava do jeito que ele a fazia se sentir (por mais que na maioria das vezes a deixasse sem reação - e completamente sem ar). Ele não era como os outros, não era vazio ou "decifrável". E apesar de isso afastar a grande maioria que só estava ali pra uma passagem rápida, a deixava cada vez mais e mais presa, sem saber muito bem que medida tomar pra conseguir voltar atrás. Porque sabia: já era tarde demais. E não tinha mais como evitar todas aquelas dúvidas...

Ela estava errada. Era tudo um erro pelos motivos mais óbvios que a vida poderia dar. Mas, no fundo, não ligava. O medo de errar era absolutamente maior do que o erro em si, e talvez por isso não se importava tanto com toda a bagunça que aquilo podia criar.

Antes de dormir, lembrou que ela tampouco era como todas as outras. Sorriu, com uma ponta de esperança de que, talvez, as coisas pudessem mudar.

No dia seguinte, quando olhou pro céu, se espantou ao ver o sol. Foi ali que se lembrou que não precisava sentir receio algum.
Pelo menos não com ele.

Encheu o peito de ar (como fazem todos aqueles super-heróis de cinema, que sempre parecem ter muita coragem), mas não fez nada que pudesse mudar a rotação da Terra ou as estações do ano. Só disse: "Vamos lá, Dezembro. Não me decepcione".


E jogou a sorte toda pro ar.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre dezembro e passos pra trás

"Tô com preguiça de pessoas", disse ela.
Tentou disfarçar a insatisfação, mas era visível o quanto estava incomodada.
Na tentativa de se afastar de todo mundo que parecia ser só metade, acabou sozinha.
Estava completamente descrente, mais pessimista que nunca. Faltava vontade, faltava assunto. E só conseguia pensar no quanto havia mudado e como tudo parecia tão igual.

E quando achou a possibilidade de virar o jogo, ficou preocupada de estar fazendo a coisa errada.
"Geralmente vou lá e dou o primeiro passo... mas dessa vez é diferente", continuou. "Ando tão chata e repetitiva, talvez seja só receio de ter que lidar com alguém tão diferente..."

Ele riu, fingindo acreditar.
"Teu problema é psicológico. Tá com medo de estragar tudo. Não pode ser sempre assim."

Mas era sempre assim. E lá ia ela, fingindo que estava tudo bem, dura, preocupada com as próximas palavras que sairiam.

Só que nada era tão agradável do que quando ficavam lado a lado, levados pelo silêncio.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dezembro (4)

Olha só quem veio bater na minha porta.
Dezembro chegou, mas não trouxe você.

Trouxe amigos, trouxe abraços, trouxe casa, trouxe calor.
Trouxe aquela nuvem longa de chuva, trouxe uma noite mal dormida, trouxe uma despedida.
Trouxe ansiedade, trouxe medo.

Te procurei entre os rostos na chegada.

Quero saber quando nossa hora vem.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dezembro (3)

A parte ruim é ter que ouvir tudo aquilo delas, essas coisas que eu não preciso saber.
Mas a parte boa é te olhar nos olhos e já não conseguir mais segurar o sorriso.

Lembrar de todos os abraços e das tuas palavras, irônicas, disfarçadas com aquela risada gostosa, de quem não se importa muito se agrada ou não.

Me perco bastante entre o certo e o errado. Mas entre as duas opções, escolho ir com o coração. Uma vez me disseram que eu precisava ir atrás daquilo que me fazia feliz. E neste instante, só consigo pensar nisso: esses são meus passos, apressados, indo ao alcance daquilo que talvez seja o mais próximo da realidade que eu já imaginei querer fazer parte.

Te dou minha mão.

E é pra nunca mais soltar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Isto

Achei as palavras que explicam o que escrevo. Nesse momento, Fernando Pessoa fala por mim:

Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dezembro (2)

Quando você me encontrar, já vai saber: Não sou como todas elas. E morro de medo que você me coloque nesse balaio, cheio de gente que não se importa, que não liga, que não se entrega e não aprendeu direito como tudo isso funciona.




Sou aquela vontade de rir por besteira, por piada ruim, só pra não perder o momento. Aquela vontade de Mc Donald's com Coca Cola, pouco ligando pra calorias ou com as gorduras processadas.
Aquela que não sabe se entregar sem se sentir segura, e que hoje lida com um espaço vazio num lugar que já foi muitas vezes quase completo.

Sou essa procura incasável, essa vontade boa de sair de casa pela manhã.

Cansei de gente parecida, cansei de todas elas... mas no meio delas, olha só quem eu vi.
E agora, quando eu acho que talvez esteja certa, aqui estou, fazendo o que sempre afirmei que não iria fazer, sentindo o que muitos julgarão como errado.

Só que a gente não escolhe esse tipo de coisa. A gente não "vota", a gente não seleciona.
Eu acordei um dia e me dei conta do que é realmente de verdade aqui. E acho que perdi meu tempo por ter ficado em silêncio por todos esses dias.
Olha bem: aqui estou eu, remoendo uma coisa que nunca imaginei que iria me deixar assim.


Quem diria?

Dezembro

Sou esse punhado de esperança tola, sendo pessimista por esperar o pior só por vontade de querer o melhor.

Sou um tanto de cansaço de quem já tentou demais, mais toda essa vontade de quem ainda não vai desistir.

Sou aquela que se anima com pouco, que cria esperanças, que acha que pode confiar na própria imaginação.


Sou tudo o que falta, sou muito do que sobrou.
Sou aquela vontade afobada pelo amanhã, de quem já cansou do ontem.

Sou eu, apenas. Eu, sorrindo, chorando, te dando a mão e dizendo "agora é pra valer".

Vem comigo?

sábado, 13 de novembro de 2010

Fichas

Às vezes, quando tento resolver o que se passa aqui, chego a conclusão de que me falta um pedaço.
Falta alguma coisa. Sempre falta...

O ponto aqui é que atingi um auge do vazio. E já não sinto mais nada. Aqui reúno esses gritos desesperados de uma tentativa fracassada de salvação... mas você não me escuta.

Eu queria voltar.
Queria ir naqueles dias que me faziam bem, que me deixavam cheia, 100%. Sinto medo de não conseguir mais agir daquele jeito. Já não encontro saída desse labirinto.

Tenho medo de atingir o ponto máximo de exaustão, de já não conseguir mais...

E se o tempo cura tudo, ele que me cure, então. Que me deixe bem, que me traga de novo aquela sensação que eu já nem lembro mais como é.

A monotonia desse sempre é cruel.
E nem sei mais se quero seguir aqui.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre nós dois (4)

Ela pensava demais.

Ele agia sem pensar.


Nesse desencontro, se encontraram.
E até hoje fracassam na tentativa de ser o que sempre quiseram.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poço

Às vezes, tudo o que a gente precisa é daquela garantia de que vai ficar tudo bem. E sabe, vai sim. Sempre fica tudo bem. E quando dói, quando dói forte assim, a gente respira fundo, repetindo aquela frase como se fosse um mantra: "Tudo vai ficar bem".

É doloroso quando nos damos conta de que todo mundo seguiu em frente, menos a gente. Quando sempre lembramos dos mesmos momentos, quando o coração arde pelos mesmos motivos... Quando só a gente tá ali.
Sozinho é tudo mais difícil. E independente dos abraços servindo de suporte, independente das mãos servindo de apoio, independente dos sorrisos servindo de remédio... a gente SENTE.

E voltar pro mesmo lugar, mesmo que por motivos diferentes, nunca é bem vindo.

Sempre damos esses passos repetidos, tropeçando e trocando os pés, nessa confusão toda de sentimentos. E quando estamos prestes a cair, desesperados achando que não há mais volta, gritamos em busca de algo que nos puxe de volta praquele lugar que pertencemos.

Talvez eu tenha caído e descoberto que simplesmente pertenço a esse lugar aqui no fundo.

Quem vai me tirar daqui?

Paciência

A gente vive na mentira porque a verdade dói demais. Não queremos assumir o que sentimos, não queremos dizer o que realmente se passa aqui.

Foram tantas as vezes que tive que me concentrar pra mascarar tudo. E desviei meu olhar repetidamente, pra que você não olhasse em meus olhos o que realmente queria dizer.


Vai ser pra sempre assim.


A verdade é o "elefante branco" da sala. Nós dois sabemos MUITO bem que está ali... mas ignoramos. E seguimos nossas vidas.
Porque parece tão mais fácil viver nesse faz de conta que construimos, do que simplesmente aceitar o que todo mundo já viu.

Vai, volta praquele lugar seguro, onde ninguém pode ver você chorar. Se esconda das tuas verdades, e siga dizendo que "vai ficar tudo bem".
Eu acredito em ti.

E vou seguir aqui o tempo que for preciso, engolindo seco, segurando o choro e sorrindo cada vez que você olhar pra mim.
É assim que tem que ser.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Vazio cheio de nada

Nos transformamos em um espaço em branco.
Não sou nada. Mas sou toda você dentro de mim.

Sou nós dois, gritados, desesperados, implorando por algo muito maior que nós.
Somos essa vontade do nascer do sol na beira da praia, de areia no pé, de espuma do mar entre as mãos.
Apaixonantes, mas tão vazios. Rápidos, hipnotizantes... uma temporada, uma fase, uma estação.

Abraçamos o conforto do "fomos".
Já não nos sobrou nada além do passado.
E engolimos todos os dias que já se foram, mantendo-os longe de nós.

Como dói fechar os olhos e já não conseguir lembrar do seu primeiro oi.
Mas talvez fosse pior se abrisse os olhos e não te visse mais aqui.


A vida um dia vai nos encher de novo.

sábado, 6 de novembro de 2010

RS - 287

Ela já não fazia aquele mesmo trajeto há muito tempo.
Mas, sempre que fazia, lembrava daquele perfume forte que ele costumava usar.
Nessas longas horas é que se dava conta do quanto ele fazia falta.

E independente de tudo o que sentia, sempre se rendia ao prazer de voltar.
Em seus braços é que ela se sentia segura, mas ele já não bastava. Nem nunca bastou.

Mais uma vez ia pra longe, ouvindo as mesmas canções e sempre usando aquele tempo pra lembrar.

“Acho que nunca serei capaz de superar nós dois”.
Secou as lágrimas, e sorriu. Afinal, foi isso que ele a ensinou a fazer.

E viveu.

Guerra Fria

Ler tudo aquilo me dava um aperto no coração.
Uma sensação antiga, como tudo aquilo que já havia sentido um dia.
Eu nunca seria nada daquilo. E na minha briga incansável, diária, de tentar ser melhor, eu batia de frente com a verdade: Eu nunca seria ela. E sem ser daquele jeito, você nunca me aceitaria de volta.
Me sentia como uma criança rejeitada. Sempre assim, todos os dias, em todas as vezes que me dava conta que você nunca me olharia diferente.

Eu tinha deixado a vida me engolir, a rotina me levar. E me afastei cada vez mais da idéia de que eu só seria feliz do seu lado.
Se por um lado era bom saber que eu sabia me virar sozinha, era insuportável a idéia de que eu te havia tirado de mim. Parecia que tinha aceitado a derrota, assumido o último lugar.

E de todas as coisas que eu sabia e sentia, a única certeza era aquela de que nunca sentiria algo tão real e intenso quanto aquilo tudo que senti ao teu lado.
E voltar pra cá me trazia de volta toda aquela sensação boba, de quem não sabe como será o dia seguinte.

Mas, apesar de lembrar, reler e ainda assim sorrir, a última coisa que eu queria era você. Sentimento bipolar, a idéia de te ter doía muito mais do que a de não estar ao seu lado.

Afinal, quem sabe mais disso que nós dois?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Santa Maria

Não posso contar nada pra ninguém.
Não posso porque aqui ninguém sabe guardar segredo. Todo mundo tem um comentário a fazer. Todo mundo acha que tem que saber de tudo. E sempre tem mais alguém querendo saber...

Então, fico calada.

Não é uma questão de não confiar nas pessoas. É só se acostumar com a idéia de que aqui ninguém é realmente teu amigo.
São companheiros. Companhia pra festa, companhia pra trabalho, companhia pra ir ali tomar um café...
Mas amizade mesmo, aquelas em que a pessoa te escuta, te ajuda, e fica com aquilo pra ela... isso não existe.

Fico calada mais uma vez.


Vou costurando os lábios pra não falar, vou sempre remendando porque uma hora uma palavrinha que outra sempre escapa.

Preciso me acostumar com a idéia de que estou sozinha neste barco. Ninguém vai me ajudar a remar assim, de graça. Sempre esperam algo em troca. Sempre querem mais.


Sou daquela época em que a gente chorava no colo, abraçava pra passar dor e amava só por amar.
Hoje tenho que aceitar que aqui, as pessoas falam sem lembrar que existem outras, que as pessoas não sentem, apenas agem.


Somos todos marionetes nas mãos daqueles que nunca aprenderam o verdadeiro significado de tudo isso.




Preciso voltar.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Daruma caolho

Ela precisava de tempo.
Queria pensar e pesar o que valia a pena.

Se sentia sozinha pois não fazia parte daquele mundo de faz-de-conta. Tinha medo de ser igual àquele exército de robôs, todos idênticos, todos falsos.
Tudo era de mentira. De plástico, sem carne e nem alma.
Os olhares amigáveis, na verdade eram vazios, mascarando a verdadeira face de quem só queria passar por cima e se aproveitar de quem parecia tantas vezes se importar.

Nunca havia sido assim. E sempre foi atrás do que parecia seguro e verdadeiro, mas nunca encontrava. Preocupada com tantos erros ao seu redor, tinha medo até da própria sombra.

Via a vida como uma montanha-russa.
Não pelos altos e baixos, mas por se perder um pouco no caminho. Era tudo tão rápido, que já não conseguia acompanhar. Se perdia nos dias, vivia no automático e já nem fechava os olhos nas quedas.

E se a mentira e o disfarce eram tão necessários, ela também se escondia.
Sorria.
E nunca ninguém sabia o que ela realmente queria dizer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pulso firme e ambição

Às vezes, eu só quero que você me escute.
Que me leve a sério, que aceite o fato de que estou certa (e você sabe que estou).
Sabe aquela sensação de acordar pela manhã, feliz por ter sonhado com algo tão bom que chega a ser real? Você é esse sonho bom que, quando acontece, a gente sempre quer dormir de novo pra voltar pra ele.

E eu faria o que fosse preciso pra te fazer o bem que você me faz. Meu sorriso é um reflexo do teu. E meu coração, cheio, usado, sufocado, não vai desistir.

A gente sabe que vai demorar.
Mas, enquanto isso, segura forte na minha mão. Eu não vou sair daqui.
Porque muitas pessoas passam a vida toda buscando uma pessoa como você. E eu tive a sorte de te encontrar.





Isso daqui é real. E é pra sempre.

Bela adormecida

Todos as noites, enquanto penteia os longos cabelos loiros, se olha no espelho e se pergunta o que deu errado dessa vez.
Novamente ia dormir vazia, mas não por ter pulado o jantar como sempre fazia, mas por não ter nada pra completar aquele espaço em branco que já nem sabia como arrumar.

Deitou sozinha. Acostumada com a solidão, se perdia na tentativa de tentar se encaixar.
E quando fechou os olhos, separou todos os seus fracassos dentro daquela caixa imáginária de tarja preta que guardava na cabeça.

Ela sabia que, quando acordasse, seria mais um daqueles dias em que caminharia sem nem saber mais quem ela é.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Segundos

Você vai me conhecer, vai gostar de mim.

Vai me achar genial, única.
Forte, independente, engraçada, aquela que não dá bola pro que os outros pensam, aquela que prefere sorrir a se incomodar.

Você vai comentar com seus amigos que eu sou aquela que você achou que nunca iria encontrar.
E eu vou voltar pra casa, sabendo que estamos apenas adiando o que eu aprendi que seria o fim de todas minhas relações.


A verdade é que, com o tempo, você vai ver que sou fraca, dependente, me preocupo com os outros, me incomodo e não sou, nem de longe, aquela que você queria pra você.

Me escondo numa casca confortável pra não te decepcionar logo de primeira.
Evito a mim mesma, pra não ter que lidar com o que não suporto mais.

Sempre estrago tudo.


Aí vai de você: desistir, como todos fizeram;
Ou tentar mais uma vez, segurar na minha mão e dizer que vai comigo, independente do que aconteça.

Porque, às vezes, eu deixo você olhar através da máscara. E talvez seja por essa que você venha a se apaixonar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre calçadas e corações

Você já parou pra pensar que TALVEZ o grande amor da sua vida pode estar a alguns passos na sua frente na calçada, mas vocês nunca vão se cruzar porque você está sempre caminhando pra trás?



Eu nunca tinha pensado assim, porque me condicionei sempre a me afastar. Meus passos são sempre distantes, não me aproximo pra assim não tropeçar.

Tratei de arriscar.
Caminhando mais rápido, perdi o equilíbrio e cai. Fracassei ao tentar te seguir. E você partiu, rápido, atingiu o "longe", daqueles em que a gente já não consegue mais nem enxergar a sombra de tão afastado.

Sozinha, deixei que alguns passos acompanhassem os meus.
Mas foi pouco.

Tenho medo de tropeçar e cair de novo. Não vou dar conta de mais um arranhão.

Assustada, já nem caminho mais.
Paralisei.

Parada, deixo o mundo todo passar enquanto fico pra trás.


E lá se vão todos os amores da minha vida, escapando pelas minhas mãos.
Fugindo da minha visão.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Outubro ou nada

Esta sou eu dando uma chance a coisas que certamente passariam despercebidas. Com o peito aberto, sem esperar nada em troca.
Tô tentando, de certa forma, lidar com a surpresa. Deixando que me supreendam, que me mostrem que estou errada.

Quero ser contrariada, quero ouvir com todas as letras que estive equivocada.
Cansei um pouco de abraçar tantas manias, costumes e vontades que não me levaram a lugar algum.

Já faz um bom tempo que venho tentando seguir minha vida e deixar meu passado amargo pra lá. E é engraçado quando vejo que consegui.
Dou risada quando meu coração bate de felicidade, quando eu olho nos teus olhos e não sinto mais vergonha (e nem mesmo ódio).

Atingir esse ponto, o de conseguir deixar tudo pra lá e ser um pouco mais egoísta, pensando mais em mim e menos no que os outros fizeram um dia, tá me fazendo bem.

Resolvi deixar pra lá o todo mundo.

Agora somos nós.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Trem

É muito, é demais. É insuportável e destruidor ter que fazer o mesmo trajeto sempre. Dou os mesmos passos, cansada, com os olhos vendados e as mãos amarradas, já conformada em saber que não há mais solução.

Dói pisar nestes cacos do passado, que trilham meu caminho de volta cada vez que caio.

E nessas horas só penso em me concentrar, focar a saída, tentar, de todas as formas, largar da tua mão e conseguir seguir.
Já consegui avançar muito. E não é agora que vou desistir.

domingo, 3 de outubro de 2010

A única coisa que resta é tudo

Grite tudo aquilo que você sempre guardou pra si.
Vai ser satisfatório? Vai tirar o peso das tuas costas? Você vai dizer tudo o que sempre quis ter dito?

Você repete sempre o que sente, em palavras diferentes, formatos distintos.
Sempre a mesma coisa, a mesma dor, nenhuma mudança. Você engole o choro, te faz de satisfeita e sempre sonha com dias distantes, que nem sabe se de fato existem.

E como fazer pra explicar tudo, como dizer toda a verdade sem precisar voltar lá de novo?

Pra que voltar? Pra que andar em circulos?

Gira, gira, gira...
Cada vez mais rápido, cada vez mais anestesiante. A ponto de não se sentir nem tonta, nem mal, nem nada.

Você fecha os olhos com força e no fim é apenas uma cópia de tudo aquilo que já foi.

No auge da duplicação, triplicação, transformação idêntica de você mesma, a velocidade em que gira se torna sua pior inimiga. Presa em você mesma, não pode nem tentar sair. Quando tentar dar um passo a frente, vai se perder no impulso, correr o risco de cair.

A gente não pode ir contra as leis da física.

Mas a gente pode girar mais devagar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O prioritário

Lembre-se: Seja quem eles esperam que você seja.
Não tente ser você o tempo inteiro.

Eles não querem isso.
Eles querem a máscara, a casca, o externo.

Não se exponha.
Guarde tudo, acumule, sofra.

Segure o choro e não demostre o que sente.

Finja, o tempo inteiro, o tempo todo.

Você não passa de um produto.

Sua meta é agradar. Agradar, agradar, agradar.
E quem disse que sendo você isso vai ser possível?

Force o sorriso.
Pratique a política da boa vizinhança.
Faça de conta que está feliz.


O resto é contigo.

Sobre nós dois (de novo)

Não, não vou andar o caminho inteiro de novo. Foi como uma trilha, e quando cheguei no fim, cravei minha bandeira, feliz pelo que havia conquistado.
Não caminhei em vão.

Olho pra trás, lá de onde comecei, e fico feliz por não ter perdido o ânimo inicial. Aquela vontade que me fez dar os primeiros passos, aquele empurrão que você mesmo me deu.
Mas é cômodo. E por ser cômodo, se torna “agradável”.
E só por isso a dor acaba se tornando minha companhia, porque me acostumei com ela aqui por perto.
Mas não posso abraçar de novo o lado que você tanto despreza em mim. Não depois de tudo o que passei, não depois do trajeto que quero distância.

E por isso me transformo, viro monstra, e guardo em mim apenas o melhor.
Nada de lágrimas, dores, ou saudade.

Sou forte, do jeito que você pensou que eu fosse no dia em que olhou pra mim e disse que ia ficar tudo bem.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sem pressa

Não brinco quando digo que sou calculista.
E se você me pergunta se sou mesmo pessimista, é porque você não me conhece.

Mas uma parte de mim quer te dar esse "luxo" de me conhecer, de ver quem eu realmente sou. Porque essa parte de mim grita, curiosa, por saber como você é também.

É estranho olhar e ver que já não sei mais que passo dar. Mas, ao mesmo tempo, não saber o próximo passo me alegra, e olha que não sei lidar com o desconhecido.

Tentei, de todas as formas, falar sobre isso. Há dias tento escrever, mas saem frases soltas, palavras perdidas, confusas como eu.
E me resta então um desabafo sincero, um choro honesto, de uma pessoa que realmente não sabe o que fazer.


Vamos com calma.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Guerra dos "mundos"

Não seria genial você viver num mundo onde seu gosto fosse respeitado?
Sei lá. Digamos que você gosta de comer bolo com maionese. Eu não gosto, mas se você curte, que bom pra você. Não me atinge, sabe? O que isso vai influenciar na minha vida? Nada! Então porque eu tenho que falar mal de você por isso? Não existem motivos.
Não seria legal se fosse assim com gosto musical também?
Não sei o que algumass pessoas têm, parece um bloqueio, uma parede que as impede de aceitar coisas diferentes, de respeitar o que o outro acha bom. Não existe nada mais chato do que ver uma pessoa assim, que só sabe criticar pra rir do “prazer” de conseguir ridicularizar uma coisa que mal conhece.

Que síndrome de superioridade é essa?
E pior que isso é comum, é banal, acontece em qualquer lugar. Aconteceu no Prêmio Multishow, quando Restart levou todos os prêmios, aconteceu de novo no VMB, com o Restart de novo, que foi buscar o troféu de Artista do ano sob vaias. E vai acontecer pra sempre, liderado por pessoas que se sentem bem ao tentar “destruir” o próximo.

Adianta vaiar? Não era voto popular? “A voz do povo é a voz de Deus”, né não?
Um prêmio assim é uma cópia do mercado musical. Se uma banda é famosa, tem muitos fãs e tudo mais que vem junto com o sucesso, nada mais justo que ela vencer um prêmio desses.
Não sou fã de Restart, não é minha banda favorita, mas eles merecem os prêmios, o sucesso e tudo mais. Foi a banda mais comentada de 2010, a que mais bombou. E eles são muito bons no estilo que tocam, inegável.
Claro que tem a questão do gosto de cada um! E claro que se você não gosta, você tem o direito de criticar! Mas o que quero dizer aqui é que é JUSTO a banda do ANO ser a banda que MAIS tem fãs e que MAIS votaram pra vencer. Não é armação, “marmelada”. É a REALIDADE. Os caras foram basicamente SOLD OUT no Pepsi on Stage aqui em Porto Alegre. Eles tem um público gigante, eles fazem sucesso e que bom pra eles. Né?


Hoje em dia, com toda essa coisa de internet, mp3, MySpace, Trama, blá blá blá, ninguém mais é obrigado a só ouvir o que a rádio toca, certo? A mídia já não “manda” em ninguém, não impõe nada se você não quiser segui-la. E certamente essas pessoas que tanto criticam, vaiam, falam mal, elas não escutam rádio, não assistem MTV. Então porque estão reclamando de uma coisa que elas não fazem parte? Se o que tá estourando é uma coisa que elas nem vão ouvir?
Se dá prazer falar mal, então ok, comente com seus amigos que também não gostam, enquanto tomam uma cerveja, ouvindo uma banda que vocês acham demais e sei lá. Não precisa explanar tanto “ódio” assim, pela “diversão” do “bullying” musical (risos). Deixa pra lá. Porque se você não curte, então certamente não vai fazer diferença ALGUMA.
De boa. Não to aqui querendo dizer que todo mundo deve gostar de tudo e sair poraí cantando axé, metal, canto lírico e o diabo a quatro. Só acho que cada um pode e DEVE ser feliz com o que curte, sem precisar atingir o outro. ÓBVIO que é legal ver uma coisa que a gente gosta ganhando um prêmio. Mas me digam: vai mudar alguma coisa na vida de vocês?

Respeito é um lance mútuo. Se as pessoas atacarem as outras sem motivos reais, elas automaticamente perdem o direito de serem respeitadas também.
E me sinto mal ao ver tantas críticas sem fundamento, preconceito e tanta raiva em ver os outros, sei lá, vivendo a vida deles.


Não vai mudar nada eu vir aqui e falar isso tudo, mas precisava desabafar. Porque isso cansa.
Preconceito musical é uma merda.
E dá sensação de “cabeça pequena”.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eu, ela, você

Desculpa por eu ser tão tola quando sou eu mesma.
Às vezes, me perco nos meus pensamentos, mesmo quando tento ser quem todos esperam que eu seja.
No fim, são apenas expectativas, esperanças e idéias sobre alguém que ainda tem muito pra aprender.

sábado, 11 de setembro de 2010

Não tem como impedir

Tenho em mim discursos prontos, textos longos, que narram o que sinto.
Uma espécie de ritual, a repetição dos meus erros e acertos.

Estou dando os mesmos passos, do mesmo jeito que já foi uma vez. E dá medo.
Medo de me perder, de tomar a decisão errada, de acreditar numa fantasia boba que inventei pra me divertir nas horas de tédio. De novo, de novo e de novo.

Criei expectativas em cima de um roteiro de ficção, protagonizo a história que eu mesma escrevi.

E então, o que fazer?
Como proceder quando não tem mais volta? Quando nos permitimos e vemos que não há mais jeito pra ser tudo como antes?

O que sei e tenho certeza, é que posso tomar duas posições: ficar quieta e olhar pra cima, fingindo não ver nada do que acontece e mascarar o que sinto, OU dar um passo a frente, correndo o risco de pisar em falso.

O que vale nessas horas? A honestidade com nossos sentimentos ou a honestidade do que nos é imposto?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

All you need

Coleciono uma porção de palavras, textos que dizem como nós hoje somos diferentes.
E sei que tudo isso que sinto (ou que simplesmente não sinto mais) é real.
Escrevo linhas sem um ponto final, que dizem tanto sobre todo aquele sentimento que só senti, só eu acumulei. E guardei em mim toda aquela dor, vestindo uma máscara de quem é forte, superou e não sente mais nada.
Daqui eu consigo ver que já passou.

Com calma, dá pra ver que não dói tanto assim. A dor, aqui, é de orgulho ferido. Daquele coração partido que insiste em me perseguir, me dizer que sou fraca e que não fui capaz de viver nossa vida.

Todo dia, quando acordo, é uma história diferente, é um novo começo de tudo aquilo que sempre finge que teve um fim.

Respiro fundo, porque ajuda. Tento encontrar dentro de mim aquele amor desconhecido, de quem não sabia o que era mesmo viver. Fico repetindo, metalmente, tua voz tentando me ensinar a ser quem hoje sou.
E quem sabe isso explique porque guardo tanto de ti em mim. Aprendi a ser melhor.
Aprendi a ver que sou muito, muito mais.

Demorei pra ver tanta coisa, mas hoje atingi a um patamar que nem palavras conseguem explicar. Torço por nosso futuro, porque nele sei que está nosso empenho em tantas coisas que construimos juntos. E que se dane se nunca seremos o que fomos um dia.
As lágrimas que saem, saltam dos meus olhos num pedido desesperado por atenção, são resquícios de uma dor passada, de um sentimento que eu sei que não vai mais ter fim.

Mas chega uma hora que nada disso importa. E as cicatrizes fogem, como se nunca tivessem existido. Me concentro e assim dá pra ver que está tudo bem.
Meu coração está completo de amor, de abraços e do teu sorriso, me dizendo que vai ficar tudo bem.

E eu sei que vai, mesmo.





Mas só porque você me disse.

sábado, 4 de setembro de 2010

Sorte ou azar

Tenho desejo por coisas grandes... Impossíveis, duradouras.
Sentimento egoísta, de quem só visa a satisfação pessoal.
Vontade de muito, daquele "bastante" que fica lá no alto, tão difícil de se alcançar.

Três, quatro, quase cinco vezes e a tentativa sempre é válida.

Corro tanto que, no fim, acabo correndo atrás de mim mesma.

Tentativa frustrada de conseguir ser quem eu quero, sou mais além. Mas passei tão rápido, que nem tive tempo de provar o que queria. Passo o tempo lamentando por não ter conseguido aproveitar aquilo que sempre quis ter.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Metade vazio

Sabe aquela sensação de que falta alguma coisa?
Por mais que esteja tudo bem, tudo dando certo, que nada esteja faltando.

Sabe aquela coisa de se sentir sozinho num lugar cheio de pessoas?
Aquela coisa toda de achar que não pertence aos lugares onde vai. Que não acompanha os assuntos das pessoas, que não é bem vindo e nem bem visto.
Aquela coisa de achar que algumas pessoas só sorriem por educação.

Quando a gente vê tanta gente igual e não consegue ser do mesmo jeito.

Quando a gente não se "encaixa". Quando não fazemos falta.






Me sinto assim.

Não to gostando do que tô vendo, nem do que tô sentindo.
Me falta um pedaço. E o que restou, volta aos poucos praquela sensação de medo... Não quero 2003 de novo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Cosplay

Você é um idiota.
Você é fraco, de mentira, uma farsa.

É feito de plástico, oco, vazio.

Não consigo não lamentar seu fracasso, sua vontade de ser rotulado só pra dizer "Não... veja bem, você está sendo preconceituoso...".

Essa sua vontade sem fim de forçar sorrisos pra chegar mais próximo daquilo que acha que vale a pena, mesmo sem ser sincero, mesmo sem ser de coração.

Você desperdiça o esforço alheio, pra passar por cima. Quer alcançar a vitória só por egoísmo. Finge ser uma coisa que não existe, distribui abraços ensaiados, frios, sem razão.

Quando você acordar desse faz de conta, as mãos já não estarão mais estendidas. E quando todas as tuas diversas máscaras cairem, não as junte do chão. Deixa que nós pisaremos nelas, destruindo de VEZ essa tua imagem fabricada de alguém que não sabe ser feliz.

sábado, 28 de agosto de 2010

Tempo demais

E essa angústia que nos abraça, esse gosto de decepção amargo?

Como reagir quando aquela pessoa que você se dava tão bem acaba se tornando um mero desconhecido?

Gosto de pessoas. Amo meu amigos mais que tudo. Procuro sempre estar rodeada deles, preenchendo sempre meu coração com um sentimento que faça tudo valer a pena. Mas claro... toda essa doação não é 100% segura. Sempre esperei demais das pessoas, acreditando fielmente que a versão delas, feita na minha mente, era a correta. Sou defensora daquela idéia de que SÓ a gente sabe mesmo como as coisas são, apesar de que as pessoas de fora conseguem ver melhor.
E foi assim, fechando os olhos pra todas as placas, que segui a direção errada.

Levei tempo pra superar ESSA falha. Fiquei remoendo aqui dentro o fato de ter sido enganada, feito uma idiota, como uma criança que acredita quando a mãe diz que "ir no dentista nem dói".

É preciso concentração, é preciso FOCO pra ver quem realmente se importa contigo. Quem não tá do teu lado por interesse, quem te leva de verdade. A cada vez que isso acontece comigo (claro que não é a primeira vez), me sinto usada, fraca. E demora pra gente aceitar nosso erro. Por mais que todas as provas estejam ali, eu sempre entro em negação, tentando ver o lado bom, tentando salvar o que já se foi. Sempre em vão. Sempre.

E nessa repetição, entro num luto interno, sem vontade alguma de ser aquela amiga que sempre tentei ser. A vontade é de me fechar, me trancar no quarto, ser só eu. Mais ninguém.
Mas não posso. Sozinha a gente não consegue. E talvez isso que algumas pessoas não saibam. Ninguém se basta. NINGUÉM.

Tom Jobim já cantou a pedra: "é impossível ser feliz sozinho".

E assim foi. Quando eu chorei e tentei superar, foi quando vi que apenas tentei resgatar uma coisa que na verdade não faz falta alguma.
Foram tantas mãos estendidas, tantos abraços e sorrisos sinceros, que o seu nem foi lembrado.

Levou mais de semanas, foram alguns meses de saudade. Saudade tola, que foi embora pra longe. Aquele lugar onde agora você está.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Coleção - doyoulike?


(Sei que é uma coisa meio "injusta" resenhar um lance que foi feito por uma banda que é da produtora que eu trampo. Mas JURO pra vocês que fui 100% honesta em todas minhas palavras.)

Como é bom ouvir uma coisa honesta. Como é bom quando alguém abusa de sinceridade contigo, sem forçar, sem tentar fazer algo só pra te agradar.

Quando se trata de música, o impacto é maior. Pra mim, uma banda que faz o que faz pela verdade da coisa, já merece mérito.

Hoje (25/08) a doyoulike? liberou seu novo EP, “Coleção”. “Seguidor” de Uncano, primeiro CD da banda, “Coleção” é um trabalho com 8 canções, daquelas que rasgam o coração. Uma união de letras muito bem elaboradas com melodias típicas dessa banda que há algum tempo vem chamando a atenção do público gaúcho.

Pra abrir,
“Ninguém chamou seu nome”. Hit logo no primeiro acorde, é aquele tipo de canção que te ganha logo de cara. Aí aparece a já conhecida (e belíssima) “Mesmo que você não entenda”. Depois do soco no estômago dessa faixa, chega “Deserto”, que nos enche, encanta pelo vocal doce.
“Segredo” nos deixa claro que estamos ouvindo a doyoulike? que a gente conhece, aquela das batidas marcantes, intensa. O mesmo acontece com “Cura”, que faz ter vontade de sair correndo pra poder ver tudo isso ao vivo.
É então que surgem os
“Garotos Perdidos”, uma verdadeira história sobre maturidade e incertezas, narrada em um tom leve, mas perdidamente confessional.
Pra quem conhece a doyoulike?,
“Bom Dia” é um um sorriso gostoso que aparece automáticamente no rosto, por tudo o que representa, pelo que diz e transmite.
E quando você está ali, cantarolando junto, vem a canção pra encerrar o EP da forma mais absurda possível.
“Coleção”, meus caros, é inexplicável. É como se fossemos levados pela mão pra “sair por aí”, num mundo de 3 minutos e 37 segundos, com os olhos marejados e coração cheio.
E no fim, é exatamente assim que o EP inteiro nos deixa. Com uma felicidade e um orgulho por ver esses quatros meninos fiéis a eles mesmos, com a mesma essência, mas completamente acima do que um dia ousaram ser.

Uma vez escrevi sobre a doyoulike? e contei que quando ouvi pela primeira vez, não gostei. Essa resenha se perdeu poraí, assim como essa minha primeira impressão. Aquele som “gritado” que eu tanto reclamava que a doyoulike? tinha, nada mais era que um pedido desesperado pela vida. A resposta está em “Coleção”, um grande conjunto de verdades e sentimentos que, muitas vezes, nem ousamos falar.

É bom ver o quanto a doyoulike? mudou, amadureceu, chame como quiser. Mas o melhor é ver que apesar disso, eles seguem os mesmos. Honestos, sinceros e completamente felizes em ver que independente do que aconteça, o importante é seguir SEMPRE em frente, não importa a direção.


Escute COLEÇÃO - http://doyoulike.com.br/


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Coleção

Hoje senti saudade de casa.

Esbocei um choro, que foi engolido rapidamente.

Senti falta daquelas poucas quadras que a gente caminhava pra se ver, dos finais de semana que eram sempre os mesmos, mas nunca iguais.

Sinto falta de quando eu voltava pra casa sabendo que ia pra casa. Quando minha cama era minha, quando os meus dias eram tão tranquilos e doces.

Quero colar as folhas antigas no calendário, quero voltar praquela época em que éramos nós na nossa melhor forma.

Quero poder sair a noite sozinha e voltar pra casa cheia de amigos.
Quero poder acordar de manhã sem desligar o despertador com vontade de voltar pro sonho.
Quero olhar pros meus amigos e ainda me sentir parte da vida deles, sabendo seus passos, suas dores e sorrisos.


O mundo continua quando saimos dele.
Eu não queria ter saído do meu.

domingo, 22 de agosto de 2010

Aos poucos.

Não sou obrigada a gostar. Não sou obrigada a forçar sorriso, ou retribuir algo que não é sincero.


Dei muitos passos, busquei muitos abraços.
O erro dói.

Mas dói mais a desistência, deixar pra lá algo que não tem mais solução.
E eu tentei....

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aprendizagem contínua

Como é difícil lidar com a perda.
Lembro que iniciei o 3º ano do Ensino Médio completamente desacreditada na “educação”. O que eu mais queria era me livrar da escola, odiava ir à aula e queria que tudo aquilo terminasse logo. Entre tanta gente sentindo o mesmo que eu, lembro de ter encontrado uma pessoa que sempre tentou fazer a gente tirar o melhor disso tudo.

Havia um professor que, coitado, lecionava a matéria que todo mundo mais odiava: matemática. Mas, curiosamente, ninguém odiava suas aulas. O professor Colman sempre fazia a gente esquecer todas aquelas fórmulas e números. Ou, pelo menos, era o que a gente sentia.
Nunca fui boa em matemática. Reprovei no primeiro ano e enfiei na minha cabeça que nunca aprenderia nada daquilo. Mas entre binômios, polinômios, geometria analítica e todas aquelas funções e seus gráficos, me dei conta de que eu não precisava parar de acreditar em mim. Porque era isso que o professor Colman mais fazia: incentivava seus alunos, sempre demonstrando confiança e nos provando de que éramos capazes SIM.
Mais que um professor, ele era um educador. E depois de nos ensinar não só a lidar com números, mas também a vermos que éramos muito mais do que provas e notas, ele agora nos obriga a aprender a aceitar a perda.
Taí uma coisa que acho que ele nunca vai ser capaz de nos ensinar. Porque não dá pra simplesmente aceitar a falta que ele vai fazer em nossas vidas. E não só nas nossas, mas na vida de crianças que poderiam ser seus futuros alunos e que precisariam tanto quanto nós precisamos de um professor que ensinasse mais do que estava listado no currículo escolar.

Já não tenho mais os dezesseis/dezessete anos que tinha quando cursei o 3º ano. Seis anos depois de terminar o Ensino Médio, sinto que perdemos um verdadeiro mestre.
Que fique com a gente as risadas, as piadas, as gritarias antes das provas e, principalmente, todo aquele carinho que ele tinha por seus alunos.
Muito do que sou hoje, sou graças à força daquele que nunca deixou de acreditar em mim.

Obrigada por tudo, Colman Rodrigues.

ps- Bacon é vida SIM!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O desnecessário

Há algum tempo criei um Tumblr com uma amiga.
Gosto de escrever por lá.
Se quiserem dar uma olhada: O desnecessário

Beijos.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Festa de despedida




A vontade sempre foi a maior de todas aquelas coisas que ela guardava na gaveta.
Respirou fundo e ousou, mais uma vez.
Arriscou toda a construção, só pra ver no que ia dar.





Não tinha garantias, tampouco tinha certeza, mas só por dar o primeiro passo, já se sentia diferente.

E um pedaço dela já separava os nomes da lista daquela festa de despedida que há tanto tempo ela queria organizar.

sábado, 14 de agosto de 2010

Menos o urso

Fico pensando, incansavelmente, sobre como chegamos até aqui. E sempre do mesmo jeito, me pego imaginando como teria sido diferente se eu tivesse me permitido mais. Logo eu, que supliquei por tanto tempo, aquela vontade de ter ao meu lado o que sempre pareceu tão impossível.

Grito meu amor a todos os cantos do mundo, mas o que fazer quando tudo o que resta é um vazio? Meus passos atrás de ti já desgastaram a sola do sapato. E fico tonta, por dar voltas no mesmo lugar.

Sabe, sempre escondi em mim um sentimento que achava que nunca poderia sentir. Fazia de conta que não era possível amar alguém mais do que a mim mesma. Abusava do egoísmo, por saber que no fim, só restaria eu mesma ali.

Mas sei que quero muitas coisas. E, meu deus, sempre quero demais. E quando queremos e não podemos, só nos resta lamentar, mesmo. Choramingar o tempo perdido, aquele momento em que simplesmente não nos demos conta do que era certo.

Fracassei, mais uma vez. Perdi, como sempre perco. Mas abri meus olhos. Hoje sei, finalmente, o que realmente faz meu coração bater. E se meus passos me levam a lugar nenhum, espero que você venha caminhar para lugar nenhum comigo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Estrada

Quando a gente erra, é porque faz parte do aprendizado. Ninguém pode adivinhar o caminho certo sem antes pegar a rota errada.

No equívoco é que a gente descobre pra onde deve ir.

E eu já sei qual vai ser minha reta final.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Baile de máscaras

Vou te explicar uma coisa: Na vida, nada daquilo que te passam como correto vai ser maioria. Teus pais te dão uma porção de lições, que não vem à toa. Mas, claro, cada um faz o que bem entender.

Existem meninas que não se preservam e vão se queimar por achar que tem que agradar a todos os meninos, e meninos que acham que precisam ficar com todas elas. Existe gente que não se importa com o que os outros pensam, e gente que não tá nem aí e fala tudo o que quiser de todo mundo.

Meu pai sempre dizia que eu precisava me preservar. E ele repetia isso, incansavelmente, me fazendo ver que eu precisava ser o melhor que tinha em mim, sempre.

E você vai me dizer que isso não faz diferença? É claro que não posso obrigar ninguém a ser uma coisa que não é, mas é tão chato quando todo mundo começa a ver só nosso “pior” lado, fazendo comentários desnecessários, passando a diante uma imagem que não é nosso total. Sempre cuidei pra que isso não acontecesse comigo.
E quando vejo isso rolar com uma pessoa que gosto muito, me perco um pouco, achando que cabe a mim resolver tudo. Mas não é assim. Ainda mais quando a pessoa repete o erro várias e várias vezes, sempre a mesma coisa, sem nunca tentar melhorar. Porque esse talvez seja o melhor apenas pra mim. O melhor que eu vejo como tal.

É triste cruzar os braços, conformada com o que acontece ao seu redor. Eu queria pegar essas pessoas pelo braço e ensiná-las que não é assim que se vive, e que estão todas equivocadas ao acharem que fazem o correto. Mas quem sou eu pra falar alguma coisa?
Não cabe mais a mim.

A bagunça já está feita. Só não contem comigo pra limpar o salão desse baile de máscaras depois.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mesmo que você não entenda

Não consigo escrever. Isso acontece, às vezes. Tenho uma coisa presa em mim, mas não consigo colocar pra fora. Certamente isso acontece com todo mundo. É aquele lance de ter uma página em branco na sua frente e não saber o que colocar nela. E você pensa, repensa, quebra a cabeça e nada surge. E fico então remoendo tudo, até que apareça alguma coisa.

Me assusto quando isso acontece, porque sempre consigo descrever as coisas com tanta naturalidade... se não consigo me expressar, sinto como se alguma coisa estivesse dando errado. Parece que estou dando de cara com o desconhecido, como se não soubesse o que vem pela frente.

Ontem, mais uma vez enfrentei a realidade. Essa vida real tão intensa quanto eu. Mas você estava lá e, ao invés de sair correndo, como sempre faço, segurei firme e prometi a MIM mesma que as coisas serão diferentes daqui pra frente. Parece que alguma coisa mudou aqui dentro. Parece que finalmente dei o último passo. Me convenci, finalmente, e sei que agora as coisas podem, por fim, funcionar como deveriam.

Essa noite tive um daqueles sonhos, de novo. Fiquei com a impressão de que meu inconsciente ainda te segura forte. E é assim que deve ser, mesmo. Porque de todas as coisas que já fiz, nenhuma foi como a gente. E não sei por que teve que ser desse jeito, porque demorei tanto pra abrir os olhos. E já fiz tanta coisa nesse meio tempo, fui a tantos lugares, conheci tantas pessoas, tive diferentes diálogos, esbocei diferentes sorrisos... Mas, de tudo que já senti, tudo o que já quis, “como você, eu nunca tive ninguém”.

Acho que estou pronta pra próxima página em branco.
Espero que você me ajude desta vez.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fogos de artifício

Aquela música eu nunca consegui escutar. Sempre pulo na metade, enquanto driblo a dor de saber que não significo nada pra você.
Estaria eu fadada ao fracasso de nunca mais conseguir olhar nos teus olhos?
Me repito em palavras que, pra ti, não significam nada. E sou alvo de críticas anônimas, sussurros sobre meus erros, sobre minha memória que não sei apagar.

Já me acostumei com a idéia de que o aperto que isso me causa já nem me faz mais chorar. E já não me abalo mais. Parece que meu corpo e minha cabeça já se acostumaram com minha derrota. Então aqui estou, tentando dar um passo a frente, tentando avançar sem conseguir voltar atrás. Mas sempre viro a cabeça pra lembrar, pra tentar entender como eu consegui te deixar ir.
O sentimento de culpa aqui nunca se curou. E fica pior ainda quando vejo que já nem sei mais se minhas lembranças são reais, ou apenas fruto da minha imaginação, criadas por aquela vontade de viver ao seu lado e ter aquilo que até hoje eu não encontrei.

Não vejo a hora de ir embora, de te apagar, de me livrar do monstro que você criou em mim. Mas, no fundo, eu só quero que você me abrace forte, dizendo que vai ficar tudo bem e que, um dia, vou poder sorrir do mesmo jeito que sorri naquela noite em que você riu da minha cara, dizendo que nada ia acontecer.

Eu sinto falta disso.

Tempo

Altos e baixos, como deve ser.
Eu aqui e você lá, como sempre foi.


Nós dois, como nunca.

Um dia.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eles são tão iguais

"Você não pode querer que eu seja quem você espera que eu seja"

Mas eu só quero que você seja aquele que eu conheci.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Capacitor de Fluxo

Cansada, ela procurava nos olhos castanhos algum tipo de certeza de que tudo daria certo. Ele sorria, como uma prova de que ela não precisava se preocupar.
Ouvia aquela canção, repetitivamente, pois era a garantia de que eles estariam sempre ali.

E quando via que a vida já não era mais a mesma, respirava fundo, olhava pra cima e, rapidamente, segurava o choro. Mais que todo mundo, ela queria seguir em frente. Mas era complicado, já que aquele fio de vontade não demonstrava sinal algum de que iria embora.

Aprendeu a viver daquele jeito. Aquela era a maneira dela de viver. Aquela era sua rotina, e já não importava se alguém a reprovasse.

A vida dela não passava de uma lembrança. Toda aquela saudade que ela segurava e apertava forte com a palma da mão antes de dormir.

domingo, 1 de agosto de 2010

Anão vestido de palhaço mata 8

Dois socos na cara e uma rasteira, pra completar.
A dor, ridícula, vinha sem ser convidada. Indisposta, ela se viu incapaz de conseguir.
O corpo parecia apertado, fraco, sem condições de dar conta. Já tinha sido assim outras vezes. Se perguntava por que sempre tentava e, no fundo, tinha um pouco de orgulho por não ceder à desistência. Só queria que as coisas fossem como antes. O antes que ela havia criado na cabeça. Ao ver que a realidade não condizia com a vontade, preferiu desabar.
Se fechou em sofrimento, tomada pela raiva da indecisão. E quando expôs o que sentia, viu que já não conseguia nem chorar.
Arrependida de tentar arrumar o que só ela via, pensou em fugir pra que ninguém a visse aos prantos. Mas de nada adiantava. Até nisso fracassava.

Nenhuma lágrima, nada.
O olhar seco era como o coração: apesar de presente, parecia já nem ter mais função.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dez pras Onze

Peguei a chave de casa, pensando em ir embora. Arrumei a mala cautelosamente, cheia de vontade de partir.
Ao ver o armário vazio, o espaço em branco parecia ser em mim. Pensei em recolocar as coisas no lugar e sentada na cama, cogitei quais seriam as chances de seguir no mesmo lugar.

Minhas coisas representavam a bagunça da minha cabeça. Tantos pensamentos embolados, amontoados... não é fácil pra quem sabe demais.
Era triste ver tudo indo ladeira abaixo. Mais uma vez, o fracasso me abraçava, cruel ao não me largar. E eu, boba, sorria pra ele, aceitando a posição que tínhamos de “melhores amigos”.
Não me importei em olhar pra frente. Cansada, fixei o olhar no chão. Baixei a cabeça pra verdade, e assim resolvi viver.

Essa vida que parece um eterno carrossel.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Profissionalmente pessoal

“Trabalha, menina!”

Afinal, é isso que interessa.

Quem precisa de amigos, quando se tem vários colegas de trabalho? Pra que conversar sobre nossos problemas, se podemos fazer uma reunião sobre o que realmente importa?

Trabalho, trabalho, trabalho.
Esquece da tua vida, guarde-a na gaveta.
O teu profissional conta mais que o pessoal. E o que você sente, são apenas sentimentos enlatados, que não podem refletir no seu automático.
O esforço é todo para ser a melhor e passar na frente de todos. É isso que esperam de você.
Não os decepcione!

Corra atrás dessa mentira de verdade, que disfarça tuas falhas, e te faz ser o que você sempre evitou.

Eles não podem te ver.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Desencontro

Penso muito em nós dois.
Mais do que deveria.
Penso naquela sensação de vazio que me invadiu no dia em que me disse que já não queria mais. Sou fraca, e cedo aos teus chamados.
Ouso a cada vez que digo que tampouco te quero.

Meus olhos ardem, feridos pelas lágrimas que correm atrás de ti.
E me supero quando consigo acordar sem te ter em meus sonhos.
Me teletransporto a nosso mundo em busca de salvação.

Sofro em silêncio por medo da sua reação ao ver tudo que sinto, sabendo que, novamente, serei deixada pra trás.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

On my head the water pours

É muito amor. É muito amor e não dou conta. Me desequilibro por não saber como caminhar com tanto sentimento. Você me enche, me completa, me faz bem. E quando se afasta, o meu pânico logo é curado por seu sorriso, que me persegue em todo lugar.

Eu queria saber te dizer, com todas as letras, alto e claro, o quanto sou feliz ao seu lado.

Te levo nas linhas daquele caderno, guardado e separado de memórias. E não são só palavras. É uma rajada de vento na janela, que bate e me acorda pela manhã. É a vontade de te dizer que sem você, o mundo para de rodar.
E eu insisto, teimo, grito para que meu mundo gire forte.

Já faz tempo que isso me corrói. Mas é tanto amor que nenhuma dor é dona de mim. Sou cheia de sentimentos confusos, tolos e infantis. Mas mergulhada em amor, do mais puro, o mais sincero: o nosso.

Eu sinto tudo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Vingança


A qualidade separa as bandas boas das ruins. Certo? Claro. Mas muitas vezes uma boa parte das pessoas não se importa com a qualidade. E apenas segue um fluxo cego, burro, aquela massa que enche o saco falando mal do que nunca ouviu. E eu, você, seu vizinho, seu colega e quem sabe até sua mãe, já lemos alguma crítica “baixa” a alguma banda que não merecia aquelas palavras. Veja a Fresno, por exemplo. “Chacota” da mídia por tantas vezes, parece sempre uma incompreendida. Ou quem sabe só uma bomba relógio de potencial extremo, que parece que os “mais fracos” nunca querem segurar, por não saberem lidar com ela.

Me tornei uma “defensora” da Fresno a partir do instante em que vi o tamanho da qualidade que eles tinham. Enquanto algumas bandas faziam rimas sem graça e pagavam de “malandrinhos”, a Fresno era honesta. E sempre foi, na verdade.

Então lá fui eu conferir o último trabalho da banda, o Revanche. Fui com medo, assumo. Li apenas críticas positivas, somente elogios. E quando isso acontece é porque alguma coisa está errada. Não que não possa existir um CD que cause isso nas pessoas (risos), mas eu fiquei com medo de talvez dar de cara com um disco completamente ao contrário do meu favorito, Ciano.
Aí, adivinhem: pra minha surpresa, lá estava eu, ouvindo a banda no auge de sua superação.

Na primeira música, um verdadeiro pânico. "Revanche" abre o disco como um soco no estômago. Completamente diferente do que eu esperava, já me fez gostar do CD logo de cara. Riffs que lembram aquela Fresno antiga, que tantos fãs reclamavam sentir falta.
Os caras gritam através das guitarras. Absurdo. Isso fica ainda “pior” em "Die Lüge", canção que te dá vontade de levantar da cadeira e discutir com as caixas de som, se perguntando como eles conseguiram aquele resultado.
Em “Relato de um homem de bom coração”, você já entrou na brincadeira. A banda abraçou a idéia do sintetizador com os riffs violentos e, por incrível que pareça, a união funciona perfeitamente.

E quando eu ia apostando minhas fichas em canções mais pesadas (odeio essa expressão, mas enfim), me embasbaquei com as baladas. "Quando Crescer" marca exatamente a metade do álbum e te deixa completamente sem palavras. “Eu sou o que eu queria ser quando crescer”, diz Lucas Silveira, que mesmo estando no lugar em que sempre quis, parece não estar satisfeito. Impossível não se identificar.
Aí você dá de cara com "Porto Alegre", pra embasbacar. Sem dúvida a melhor de todo CD. Essa é a música que você vai lembrar quando terminar de ouvir o Revanche. É essa música que vai te fazer ouvir o disco inteiro, de novo.
E pra fechar, "Canção da Noite (Todo mundo precisa de alguém)". Quase como um hino, a música que encerra o CD, te faz pensar que você certamente acabou de ouvir o melhor álbum do ano.

Acho incrível como a Fresno se reinventa a cada disco, sem nunca perder as principais características. Ela ousa, sem precisar ficar naquela zona de conforto que tantas outras bandas fazem questão. Em Revanche, a Fresno dá um passo a mais. E não um passo a “frente”, mas sim um pra cima, marcando sua posição de “acima da média”, deixando todas as outras bandas completamente sem graça.

Então, o que realmente separa as bandas boas das ruins, além da qualidade? A sinceridade, os vocais impecáveis, as melodias nunca antes tentadas, enfim.
A Fresno, meus amigos, mais uma vez conseguiu se destacar entre as demais.
E que vingança, hein?

Sobre amigos e cabelo

Ontem vi um grupo de “crianças” de uns 11, 12 anos. Um grupo grande, reunido no shopping. Me lembrei de quando tinha essa idade e de como tinha amigos. E de como a gente é submetido a pensar que com o tempo conheceremos mais pessoas e nosso “leque” de amizades vai crescer. Mentira.
Quando eu tinha 10 anos, colecionava amigos. A partir dos 12 aprendi que não ia ser assim pra sempre.
Hoje, mal e mal coleciono companhias.

E agora sempre que conheço alguém muito, mas MUITO afudê, meu coração se fecha, como uma defesa contra uma possível decepção. Porque a gente cansa. E eu, sem dúvida alguma, cansei de achar que as pessoas são realmente legais. Porque elas só são assim quando precisam da gente... depois... quem é que precisa de depois, mesmo? Hum.

Conto em menos de uma mão nomes de pessoas que com CERTEZA nunca me farão mal algum, e que vou levar pro resto da minha vida como pedaços em mim. Deles não posso reclamar. Mas sabe, a gente desiste um pouco cada vez que vê que, pra algumas pessoas, o que importa são os seguidores no Twitter, o reply do “famoso”, ou repetir inúmeras vezes as vantagens que não são tão vantajosas assim. Mas tudo bem. Cada um tem a prioridade que achar melhor.

Mas acontece que a gente não escolhe amigos pela quantidade de coisas que ele fez. Não é ESSA a bagagem que importa. Uma pessoa que só pensa em si não me cativa. Porque EU não sou assim, e não sou obrigada a ouvir inúmeras vezes uma pessoa ser grosseira porque se vê no direito de tal ou repetir como sabe tudo sobre todos os assuntos do mundo. Porque essa pessoa anula a parte mais importante e divertida da criação de uma amizade, que é nada mais que a descoberta.
Aquela incrível sensação de ter uma companhia ao teu lado pra aprender sobre a vida contigo. Que traz as opiniões dela pra irem de encontro às tuas. E assim crescemos juntos. Amizade, pra mim, nada mais é do que aquele clichê todo de união, de sinceridade. Não uma pessoa declamando sobre si mesma, falando como SÓ ela sofre ou como é a maioral. Então se você é tão super assim, talvez consiga ser feliz sozinho. Não? Tu e teu deslumbre.

Eu não preciso e não tenho vergonha pra assumir minhas fraquezas. E me sinto uma idiota quando lido com pessoas que não assumem as suas. EU não sei ser feliz sozinha. Me parece impossível.

Definitivamente, perdi a paciência pra aturar gente assim. E por isso me afasto. Com dor de ter visto uma “amizade” ir embora ladeira abaixo. Me afasto por medo de parecer falsa ao tentar aceitar alguns comportamentos, de engolir sapos, de parecer ser alguém que não sou só pra agradar. Não dá. Sabe, a gente até tenta salvar tudo... mas como mudamos o rumo do barco que já seguiu seu caminho?

Lembrei de como sempre acho que algumas pessoas não vão com a minha cara. E, por isso, não me aproximo. Morro de medo. Me fechei por temer o fracasso. E isso é muito chato. Lembrei de uns 4 nomes, pessoas que passaram a conviver mais comigo e que eu daria de tudo pra construir uma amizade verdadeira. Mas o problema é que, graças a todas as pessoas que me julgaram como uma “companhia descartável”, aprendi a sempre ter um pé atrás com todo mundo. É uma pena, de verdade. Uma pena me sentir mal por não conseguir mais confiar nas pessoas. O resultado é ridículo. Me sinto uma ameba por às vezes forçar sorriso com quem parece forçar TUDO comigo.

Entrei num nível ridículo. E é duro quando atingimos algo assim. Esse piloto automático que a gente assume sem dizer.
É como quando resolvemos colocar uma foto de alguém em um álbum de uma rede social só porque sabemos que, se não colocarmos, seremos cobrados. E aquilo se torna completamente superficial, tolo e a gente só faz pra não se incomodar. E é idiota. Porque não é nada disso que diz quem é mais amigo de quem. Mas já nem importa as razões pelas quais você não aguenta mais aquela pessoa. Você abaixa a cabeça e aceita o convívio, porque no automático isso já não te atinge. No meu caso, atingia.
Porque uma hora você olha pro lado e começa a analisar que você não é um caso isolado. Não é só você que perdeu o ânimo pra levantar da cama cedo. Nem só você que se desgastou a ponto de sublimar teus sentimentos e aceitar que pessoas tem o direito de te decepcionar. Te decepcionam e depois correm pra você, dizendo que te amam e sentem saudades. Pois bem.

Hoje, quando me olhei no espelho, me assustei com o fato do meu cabelo ter crescido e eu não ter feito nada a respeito. ACREDITEM! Essa era minha meta: deixar meu cabelo crescer. Fútil, eu sei. Mas entre “procurar emprego”, “aprender a fazer as unhas” e “terminar de ler um livro”, eu só queria deixar meu cabelo crescer, que tem de mal nisso? E agora que tá como eu queria, nem me importei...
Porque às vezes fica engraçado quando algumas prioridades mudam. E não que meu cabelo seja a prioridade máxima da minha vida, mas passei esse ponto pro último item da lista. Tá um saco de arrumar ele, mas e daí? Tem coisa mais importante na frente. E até que as coisas não mudam porque queremos assim, sabe? Às vezes só acontece. No automático. Da mesma forma que às vezes não temos tempo para alguns amigos, ou nem paciência com outros que só abrem a boca pra falar de como são os melhores.

Já consigo prender meu cabelo. Mas de que adianta, mesmo? A lista de pessoas que me decepcionam é BEM maior que o tamanho dele.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Agosto

Ele me chamou de monstra, admirado pelo que lhe confessei. Parecia não acreditar na minha força, se mostrou surpreso por saber como eu ainda lidava com tudo aquilo.

Na hora, quis chorar. Precisei me cuidar pra não mostrar que, na verdade, sou fraca, que não sei lidar com isso. Sou toda de mentira. Uma farsa que fracassa sempre que tenta sair na frente.
Brigo com o relógio todos os dias, tentando mostrar que sou melhor. Mas ele sempre, SEMPRE me ganha. Vivo naquela realidade paralela em que o tempo ainda não passou, que aquele ano não acabou, que ainda estamos naquela vida de ficção. Na rotina, apenas finjo seguir o fluxo, faço de conta que também sou de verdade.
Em vão.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Porto Alegre

Vi em teus olhos, tua cara não me engana. Engoli seco, fingindo não ter entendido. Há tempos planejamos, separados, um futuro que parece nunca chegar. O dia depois de amanhã que espero há tanto tempo, daquela vida inventada, que quero sempre nunca lembrar.

Procuro entrar nos teus padrões, alcançar tuas expectativas, mas no fundo, tudo o que estamos fazendo é nos afastar. Então vejo que todos os planos, nada mais eram passos em direção a um longo caminho, longe de tudo, longe de você. O lugar onde eu sempre deveria estar.

Te espero do lado de cá.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Desapego (tentativa #25)

Não sei por que tento tanto. Não sei por que me importo tanto. Não sei por que vou atrás de quem faz de tudo pra se afastar.
Me sinto uma verdadeira idiota por passar boa parte dos meus dias tentando criar diálogos em vão. Você certamente nem se dá conta, você não vê. E eu sempre me decepciono, sempre me frustro por não vencer.
Parece que corro na tentativa de te alcançar, de salvar uma coisa que não existe, que nunca existiu. Eu quero, de todas as formas, que a gente possa ser o que fomos um dia. Queria voltar a preencher aquele lugar que um dia foi meu. A dor de não conseguir já tomou conta de mim e a verdade é que já não consigo mais. Meus músculos, paralisados, me impedem de seguir.

E aqui vou eu, pela quinta, sexta, sétima vez. Mais uma tentativa em vão, tomada pela dor da perda. Aquela reprise, a repetição dos meus atos, o replay que ninguém quer rever: me afasto e tento, de todas as formas, te tirar daqui.

E lá vou eu de novo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tórax, perna, pé

Sigo pessoas que não conheço, mas afinal, o que pode ser o desconhecido? Se vamos atrás dele, é porque sabemos o que pode nos oferecer. Não?
Os lados não dizem nada e a realidade parece não ser exatamente como é. Sempre assim, sempre buscando qual caminho seguir. Qual passo devemos tomar, qual será o "menos pior"?

Sempre te vi de forma diferente. Sempre te abracei forte, te levei como quem leva uma foto 3x4 na carteira.
Mas hoje, por um instante, te coloquei na prateleira ao lado dos demais. Te deixei fugir dos meus braços e o gosto amargo da decepção parecia ter tomado conta da minha boca seca, descrente. Só que não adianta: por mais que lute contra, esse lado ruim não sabe vencer. Guardo muito em mim, e grande parte transborda amor. Às vezes não sei como posso sentir tanto assim.
A verdade é que não pretendo mais sair de perto porque não posso desistir de você. É como aquela frase: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Nunca soube se te “cativei”, realmente. Mas na verdade isso não importa: só espero que o respeito que tenho por ti seja recíproco.

Somos imperfeitos. Você sempre me forçou a ver isso, insistindo: somos apenas pessoas. O que sinto por ti é tão puro e sincero, que vejo teus tropeços como tentativas de se encontrar. É absurdamente diferente do que penso dos outros, é como se você fosse uma peça exclusiva, que tem o direito de errar. E assim eu aceito o fato de que essas coisas acontecem.

É sempre assim: a gente se perde tentando ir atrás até mesmo daquilo que não sabemos se queremos. Aprendemos com os erros, dizem. Mas deve ser frustrante quando isso te torna uma reprise. É como digo: sua alma, sua palma. Fica pior quando envolve os outros. Mas não comigo.

Por mais que seja natural da tua parte agarrar a solidão, deixo claro que, com a minha presença, você vai ter que aprender a lidar. Não dou o braço a torcer tão fácil assim: minhas expectativas são linhas altas que você já atingiu.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Previsível

Refiz meu coração pra chegar até aqui, mas ainda sinto as marcas daquilo que não consigo esquecer. Não ouso mais nada, só acumulo, com medo de qual será minha reação. Digo várias vezes, mentalmente, que já passou e que está tudo bem, mas às vezes acho que é apenas uma repetição feita pra me enganar. Não sei porque continuo no mesmo lugar.

A sensação que tenho é a de que sei exatamente o que não quero, mas que não faço idéia do que posso querer. Me falta coragem pra assumir o que sinto, não consigo mais com a honestidade. Devia me fechar em um lugar, colocar aquela música em volume máximo e chorar, me deixar levar pra não ter mais volta, mas não consigo. Seguro o choro e finjo, só falseio o que não tenho forças pra dizer.

Me perdi na metade do caminho e não faço idéia de como sair daqui. Parece que espero que uma mão me resgate, mas talvez não faça sentido se não for a sua. Desejo o impossível, sabendo que já foi embora sem se despedir. Guardo o absurdo, vontade daquilo tudo que não vivi.
Não sei mais até onde é mágoa, até onde é saudade. Sei que dói. Transbordo sentimentos, escondendo o que, na verdade, não sei até onde consigo aguentar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sem voltar atrás

"Não chora! NÃO CHORA!”
- Chorar? Não vou chorar!
“Vai sim. Olha teu olho aí. Marejado, embaçado. Tá na cara que lágrimas estão pedindo pra cair.”
- Que nada, você nem me conhece. Ora, lágrimas. Sou forte!
“Bom, você se sabe. Depois não diz que não avisei...”

Enquanto as lágrimas caiam, ela ficava confusa, sem saber se eram lágrimas de ódio por estar errada, ou era culpa daquela dor que sentia.
Todo dia a mesma coisa: lutava contra a mágoa que sempre impedia de aparecer. E sua consciência, com toda aquela ironia, ria como quem faz questão de fazer piada com a tragédia alheia.