A vida me dá o drama e devolvo o cálculo. Nenhuma solução. Escuto, escrevo, falo, comento. Sinto. Até demais.
terça-feira, 29 de março de 2011
Incapaz
domingo, 27 de março de 2011
Memória fraca, coração nulo
A gente desiste depois de sempre ver a vida insistindo no mesmo erro.
terça-feira, 22 de março de 2011
O incrível caso do coração que petrificou
quinta-feira, 10 de março de 2011
Bilhete de caneta azul
Quando chega, atira as roupas pelo chão.
Se tranca no quarto, cheia de manias, como uma velha senhora que há anos repete o mesmo ritual.
Perde as contas dos dias, não sabe mais quantas semanas.
Sempre suja o pijama de café e acha engraçado quando encontra manchas tão parecidas pelo chão.
Dá duas voltas na chave da porta da frente, mas sempre esquece de fechar a janela.
Tem preguiça de fechar as portas do guarda-roupa e dorme com a TV sempre ligada, por medo da solidão do escuro.
Quando acorda e vê que já passou do meio-dia, lembra que lá se vai outro dia que ela deixou escapar.
E no calendário imaginário que montou em sua cabeça, já faz muito tempo que o tempo esqueceu de passar.
Cansou de envelhecer.
Dois mil e muito
Mas vai ser sempre do mesmo jeito: a queda livre acaba comigo, mas eu levanto, sorrio e sigo no mesmo lugar, lembrando sempre de tudo o que me fez começar.
Já cansei de tanto errar, mas tenho que aceitar: só assim mesmo pra ver que a certa aqui sempre fui eu.