sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aprendizagem contínua

Como é difícil lidar com a perda.
Lembro que iniciei o 3º ano do Ensino Médio completamente desacreditada na “educação”. O que eu mais queria era me livrar da escola, odiava ir à aula e queria que tudo aquilo terminasse logo. Entre tanta gente sentindo o mesmo que eu, lembro de ter encontrado uma pessoa que sempre tentou fazer a gente tirar o melhor disso tudo.

Havia um professor que, coitado, lecionava a matéria que todo mundo mais odiava: matemática. Mas, curiosamente, ninguém odiava suas aulas. O professor Colman sempre fazia a gente esquecer todas aquelas fórmulas e números. Ou, pelo menos, era o que a gente sentia.
Nunca fui boa em matemática. Reprovei no primeiro ano e enfiei na minha cabeça que nunca aprenderia nada daquilo. Mas entre binômios, polinômios, geometria analítica e todas aquelas funções e seus gráficos, me dei conta de que eu não precisava parar de acreditar em mim. Porque era isso que o professor Colman mais fazia: incentivava seus alunos, sempre demonstrando confiança e nos provando de que éramos capazes SIM.
Mais que um professor, ele era um educador. E depois de nos ensinar não só a lidar com números, mas também a vermos que éramos muito mais do que provas e notas, ele agora nos obriga a aprender a aceitar a perda.
Taí uma coisa que acho que ele nunca vai ser capaz de nos ensinar. Porque não dá pra simplesmente aceitar a falta que ele vai fazer em nossas vidas. E não só nas nossas, mas na vida de crianças que poderiam ser seus futuros alunos e que precisariam tanto quanto nós precisamos de um professor que ensinasse mais do que estava listado no currículo escolar.

Já não tenho mais os dezesseis/dezessete anos que tinha quando cursei o 3º ano. Seis anos depois de terminar o Ensino Médio, sinto que perdemos um verdadeiro mestre.
Que fique com a gente as risadas, as piadas, as gritarias antes das provas e, principalmente, todo aquele carinho que ele tinha por seus alunos.
Muito do que sou hoje, sou graças à força daquele que nunca deixou de acreditar em mim.

Obrigada por tudo, Colman Rodrigues.

ps- Bacon é vida SIM!

6 comentários:

Lucas Portal disse...

JURO que eu tava cabisbaixo com o andar do texto, mas daí tu me larga um BACÃO no final ali, só pra me PUXAR do abismo!

Renuska disse...

HAHA ele dizia isso... "Bacon é vida!" e sempre gritava "CALA AAA BOOOCA, ESTÚPIDOOOO!!" hahahaha Que saudade dele! :~

Jéss disse...

Sinto muuuito!
Professor de matemática bem humorado? LENDA.

Augusto Freddo Fleck disse...

Uma "lenda" que ficará na nossa memória para sempre... Ainda lembro de quando dêmos um Xis Tudo pra ele de aniversário auehauhauea, bons tempos...

Vai deixar saudade o senhor Colman, mas acima de tudo uma grande marca!

Anônimo disse...

Será que todos profs de matemática são assim? É o que parece. Parabéns a eles :)

de mau humor disse...

Belo post, Renata. Pra ti ver que os professores que nos marcam são aqueles afetivos, que vêem pessoas ao invés de meros alunos, que mais do que conteúdo transmitem carinho e incentivo. E é isso que fica. Beijo!