terça-feira, 22 de março de 2011

O incrível caso do coração que petrificou

Foi quando o coração parou de bater que ela entrou em pânico.
Duvidou de si mesma e já não sabia se daria conta daquele espaço tão duro.
O sangue já não passava pelas veias do corpo, e ela parecia funcionar apenas com orgulho, egoísmo e arrependimentos.
Levantava o rosto, respirava fundo, tentava se preencher, mas não conseguia nada além de ar.

Era a dona de um lugar oco por dentro, covarde por fora.
E quando tentava lembrar como havia deixado chegar naquele ponto, era sempre impedida por uma sirene cansativa e irritante, que parecia soar para salvá-la daqueles sentimentos escondidos que ela estava proibida de lembrar.

Mas era como tinha que ser. Talvez devia ter sido antes, já não encontrava solução.
Possuia uma pedra em forma de coração, que se entregou, "arregou", foi fraco e não deu conta do que precisava.

Estava ligada no automático.
Mas, no fundo, preferia a máscara da superação ao choro tolo de quem não sabe mais em quem confiar.

Um comentário:

Rart og Grotesk disse...

muitas vezes passamos por situações complicadas em que realmente não se dá para confiar em ninguém...

bom fim de semana!

http://artegrotesca.blogspot.com