A vida me dá o drama e devolvo o cálculo. Nenhuma solução. Escuto, escrevo, falo, comento. Sinto. Até demais.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Bósnia
Vou me enrolar em lembranças, em dias que já foram, vou mergulhar nesse emaranhado de sentimento, de "coisa-que-nunca-passou", de tudo, e vou pirar.
Vou ficar lá dentro, presa, perdida, louca.
Sempre que passo por um exemplo dessa sensação, me programo, automaticamente, pra que não seja a última e derradeira vez. Talvez tenha aprendido com o tempo. Uma espécie de treinamento de exército pra não morrer durante a guerra. A guerra que acontece aqui dentro.
Só que os tiros e as bombas daqui parecem sempre piores. Auto boicote. Sabotagem. Como se o eu "interno" odiasse quem o leva poraí, e estivesse fazendo de tudo pra destruí-lo. Como se não houvesse outra solução, senão o fim.
Acho que já tô enlouquecendo.
Se é que já não enlouqueci...
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Rabisco
Não tudo, não inteiro. Talvez algumas coisas que saíram pra "fora da linha", só.
Sabe quando você vai pintar dentro de um quadrado e alguns rabiscos acabam indo pra fora da moldura? Então...
Talvez tudo isso tenha sido nada mais que rabiscos.
Rabiscos num rascunho de tudo que poderia ter sido e nunca foi.
E tudo que é, de fato, não faz o rascunho ser.
A gente tenta jogar o rascunho fora, amassa o papel, joga na lata de lixo.
Mas quanto tempo demora pra se livrar daquilo, mesmo?
Talvez nunca.
Quero apagar, me livrar, não sentir mais o peso dessas linhas nas minhas costas.
Recomeçar do zero. Conhecer tudo de novo.
Não quero mais ter essa lista de pessoas que não quero mais encontrar, porque seria mais simples só nunca tê-las conhecido.
Nada me deixa mais próxima do fracasso que evitar.
E eu evito.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Lista do adeus
Sabe quando você tem que lidar com pessoas que deseja nunca mais encontrar?
Estava cansada disso. De dar um oi forçado, um abraço indesejado.
Tudo o que mais queria era partir, ser esquecida, começar do zero.
Qualquer ameaça de aproximação era motivo de pânico e, pra evitar, nada parecia o bastante.
Ir pra longe foi uma solução a curto prazo, já que era por pouco.
Mas já foi satisfatório pra completar a listinha de "coisas-que-nunca-mais-quero-ver".
Acho que a gente precisa de momentos desse tipo de tempos em tempos. E de nada adianta ter que fugir pra nãos mais conviver com os fantasmas. Eles são permanentes, mas, pelo menos, podem ser evitados.
A gente tem que aprender a lidar com isso, como quem amputa a perna e precisa aprender a caminhar com uma prótese.
Algumas coisas simplesmente acabam, não voltam. E a gente tem que ir pra frente. Só pra frente.
A lista tá pendurada na parede do meu quarto, pra que eu não esqueça mais da distância que se tornou necessária pra um pouco de sanidade.
Porque até quem sempre diz querer o certo, pode ser o maior vazio de todos.
Não se assustem se não me verem mais.
É melhor assim.
domingo, 28 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Quem nunca?
E sentiu o gosto da possibilidade, mas sem matar a vontade de ter tudo pra si.
Custava a dormir, sempre tentando entender o que a mente parecia querer lhe explicar. Não era simples, e armadilhas tolas a pegaram no caminho.
Quando acordava, queria marcar um dia a menos no calendário, mas talvez pudesse ser um dia a mais.
Um dia a mais tentando superar, um dia a mais tentando mudar, um dia mais simplesmente tentando.
Ninguém morre só de tentar.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Empolgação na frustração
Eu sempre quis aprender a desenhar.
Tinha vários "kits" com aquarela, canetinha e afins quando criança, mas NUNCA fui boa o bastante. Rabiscava e tentava achar que a "bagunça" das cores, na verdade, era a forma abstrata que eu tentava demonstrar alguma coisa... o que é bonitinho pra uma criança, mas uma besteira já que não tinha talento nenhum.
Logo desisti.
Assim como eu fiz com o balé, quando notei que era diferente das outras meninas altas e magras e não conseguia dançar igual (o que faz sentido, já que até hoje tô acima do peso e não tenho coordenação nenhuma).
Fiz o mesmo com o vôlei, quando meu time perdeu um torneio e preferi não me inscrever pra próxima temporada, por achar que podia ter sido quase que toda minha culpa.
Essa vida de cabeçadas na parede às vezes me parece como uma eterna roleta de tentativas frustradas. Frustadas até a gente encontrar a certa.
A certa que nunca vem, ou pelo menos nunca veio. Ainda.
É tão difícil aceitar que a gente tem que esperar, e eu já esperei tanto... Me irrito com as possibilidades que não batem na minha porta. E vou desistindo, assim, até o botão de "desligar" ser forçado.
É maré de azar sem fim. Ou com um fim bem longe daqui.
Sentir-se anestesiada em relação a tudo, às vezes, era tudo o que eu queria.
sábado, 9 de junho de 2012
Nós dois
E lembro de todos os toques, sorrisos... e o coração acalma.
Me sinto como deveria me sentir. Ou como os filmes falaram que era pra ser, como li nos livros, como contavam na TV.
É você, e vai pra sempre ser. Não importa o tempo, o dia, o motivo.
O sangue que corre aqui, só vai e volta por saber que sempre vai acabar em você.
A gente sabe quando não tem nada mais pra encontrar. É o beijo na testa de carinho e honestidade, o abraço de "vai ficar tudo bem", o olhar de quem sente uma segurança merecida, vencida, única. É a amizade que a gente conquista e sente orgulho.
E não interessa como vai ser, porque nós já somos.
Pro "sempre" não se tornar "nunca mais".
Pra gente ser eternamente nada menos que nós dois.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Augusta
Ensaiei vários diálogos, fiz e refiz frases, mas acabei sempre no mesmo canto, olhando pro teto, tentando não deixar a visão embaçar.
Te busquei lá no fundo, mas nem sei se te conheço mais.
Segurei no osso do peito por tanto tempo, mas já me deixei levar.
Perdi pra dúvida.
Não existe repescagem na vida.
terça-feira, 15 de maio de 2012
Information travels faster
E eu vou me envolvendo nesse sentimento que já se tornou típico, mas segue tão estranho como há um ano atrás.
Minha vontade de tirar qualquer resquício de lembrança da mente nunca cessou. E ainda paraliso a qualquer olhar.
Não por vontade. Não por querer voltar.
Mas por insegurança, ódio, vergonha e tudo mais que nunca vai me trazer quem eu era de volta.
Me derrotaram, tirando de mim uma estabilidade conquistada, suada, livre.
Sou agora um amontoado de pensamentos ruins e desníveis psicológicos que talvez passem despercebidos por aí, mas me assustam todas as noites.
Eu fechei as portas.
Tomei um rumo distante e em nenhum momento alguma parte de mim pensa em voltar. Por que sempre que tento, vejo o quanto é em vão.
Já acabou há muito tempo.
Mas tem certas cicatrizes que insistem em me assombrar.
Eu vou conseguir.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Ontem, hoje, amanhã
Te dei a chave do meu coração.
Espalhei as pedrinhas brilhantes pra você decorar o caminho de casa, indiquei as estrelas pra você não esquecer.
Sonhei com nosso futuro.
O único que quero.
Se não for com você, que eu fique sozinha, então.
Não existe melhor companhia que aquele cheiro de roupa limpa e o sorriso que me fez realmente enxergar.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Na realidade
sexta-feira, 9 de março de 2012
Saudade
Procuro sorrir, na expectativa de que elas te entreguem o que há tanto tento te dizer.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Esquizofrenia ao contrário
Imagina que estranho seria se nada tivesse sido do jeito que foi. Se a gente nem se conhecesse, não soubéssemos nossos nomes, não reconhecêssemos um problema pelo olhar ou pelo sorriso desconfortável.
Se não existisse essa sensação de coração tranquilo, mesmo com a vida correndo lá fora.
Eu tenho essa impressão constante de que as coisas acontecem numa linha calculada e clara, pra que tudo escoe desse jeito estranho que nós somos. E enquanto vivo perdida no meio de tanta gente que vive numa esquizofrenia ao contrário, só me encontro quando estou com você.
Imagina que estranho seria...!
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Escrevi. Mas não mandei.
Fechei os olhos assim, forte. Segurei aquela angústia por tanto, mas tanto tempo que você nem imagina... e nem devia dar bola ou atenção pro que todo mundo parece não querer mais saber, todo mundo esquece e já era.
Eu que tenho essa mania estúpida de guardar e nunca saber me livrar do que sinto, ou de não saber resolver o que me parece ser tão mal resolvido... vai saber.
É idiotice a minha reclamar, e você ficaria surpreso ao saber que já respiro aliviada e nem dou tanta atenção pro que deu errado, porque tô lá no pódio, em primeiro lugar. Minha vitória é inegável.
Mas eu te juro que queria voltar. Ter tudo isso que tenho hoje e voltar pra quando era mais fácil. Mais simples, menos forçado, mais a gente.
Não sei se você sente falta disso também. A escolha foi minha. Eu fugi, eu gritei, bati o pé, sai correndo, nunca mais apareci.
Mas me escondo por vergonha.
Vergonha de não poder voltar no tempo.
Dá um aperto no coração assim, de tempos em tempos. E não existem mg pra resolver esse tipo de dor.
A gente pode até apagar o físico.
Mas é só.
3 e meia
Não entendo gente que ama e desama. Se desama, é porque nunca amou, ou porque o amor acabou, aos poucos.
Amar não é como tirar band-aid.
Quando se ama, dói por tempo indeterminado. Dura independente da estação, independente do relógio.
E não tem dessas de “mudei de ideia hoje quando acordei”. Não...
A surpresa só vale praqueles que já andavam de coração aberto.
Pros que sonham de olhos fechados segurando o coração na mão, as oportunidades passam longe. A não ser que se permita...
Se desamou, não era amor.
E talvez nunca tenha sido.
Já foi.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Eternidade
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Coração tranquilo
Vamos envelhecer juntos?
Vamos rir da cara dos outros e lutar MMA antes de dormir.
Fazer bolha de sabão na cozinha e comer pão de queijo como se fosse um banquete.
Deitar no sofá sem previsão de levantar, improvisar frases bobas e sem sentido quando estivermos entediados e inventar diálogos de novela mexicana pra se divertir.
Ver qualquer filme ruim, colocar qualquer roupa só pra dar tempo de almoçar naquele lugar que a gente tanto gosta.
Levantar às seis da tarde depois de dormir mais do que devia, levantar junto às seis da manhã pra ir trabalhar.
Atravessar a cidade, passar calor, pegar chuva e andar de trem, tudo pra se ver.
Tudo pra ter aquela sensação de cabeça livre, coração tranquilo.
Vamos envelhecer juntos?
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Bombas e calor no inverno
Essa noite foi mais uma daquelas, em que o sonho é daqueles que a gente acorda achando que foi real.
E eu levantei triste por me lembrar de cada detalhe, de cada frase, de tudo o que nem aconteceu de verdade.
Você vinha feliz, me abraçava e a gente conversava sobre tudo.
E, apesar do meu medo e da minha insegurança inicial, você insistia.
A gente se entendia como nunca.
E com toda alegria do mundo eu ouvia teus feitos e você dizia “olha tudo o que aprendi”... Vinha aquela sensação de orgulho, de ver o tempo arrumar tudo e de deixar todas as dores pra trás.
E então acordei. E não tinha pedido de desculpas, não tinha você, não tinha aquelas melodias, não tinha nada.
E aí me senti idiota, por achar que um sonho pudesse arrumar alguma coisa.
Tão idiota por perder, por ver o tempo não resolver nada, por até esquecer de você.
E de nem lembrar do que sonhei...
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Orgulhos feridos e corações partidos
Tuas ações resultam na tua realidade.
Tuas frustrações podem resultar em dores. Orgulhos feridos e corações partidos.
Tuas felicidades podem se tornar numa alegria sem fim.
As projeções, sofrimento.
Você é quem escreve, você é quem decide como vai ser.
E se estragar tudo por puro egoísmo, não adianta se lamentar e se perguntar o porquê disso acontecer logo com você.
A gente não tá solto nessa. O barco tá lotado. E se virar, você não cai sozinho. Leva um monte de gente junto, leva quem ama, leva quem abraçou por carência, leva quem se interessou só por interesse fútil. Leva todo mundo.
Mas, no fundo do poço, você afoga. Solitário.
Porque depois de tantas e tantas vezes boiando no mesmo lugar, é difícil encontrar alguém que te estenda a mão em vão.
Orgulhos feridos e corações partidos
Tuas ações resultam na tua realidade.
Tuas frustrações podem resultar em dores. Orgulhos feridos e corações partidos.
Tuas felicidades podem se tornar numa alegria sem fim.
As projeções, sofrimento.
Você é quem escreve, você é quem decide como vai ser.
E se estragar tudo por puro egoísmo, não adianta se lamentar e se perguntar o porquê disso acontecer logo com você.
A gente não tá solto nessa. O barco tá lotado. E se virar, você não cai sozinho. Leva um monte de gente junto, leva quem ama, leva quem abraçou por carência, leva quem se interessou só por interesse fútil. Leva todo mundo.
Mas, no fundo do poço, você afoga. Solitário.
Porque depois de tantas e tantas vezes boiando no mesmo lugar, é difícil encontrar alguém que te estenda a mão em vão.