quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ficção

Me deu vontade de escrever, mas eu tava com todas as palavras soltas e confusas na cabeça.
Tentei e tentei colocar em ordem, mas nada saiu.

Fiquei lembrando de quando puxo o meu caderninho rosa pra escrever, e saem páginas, linhas, folhas completamente sem sentido.
Sempre o mesmo tema, sempre a mesma inspiração.

Sai hoje pra me distrair e, por um longo instante, esqueci do mundo lá fora. Éramos três pessoas numa mesa, rindo sem compromisso, sem lembrar da segunda-feira fictícia que vinha depois, sem pensar nos problemas da noite anterior.

Na volta pra casa eu fiquei tentando montar a trilha sonora do que eu nem escrevi ainda.
Essa mania de pensar no resultado final sem nem ter um projeto pra dar resultados me frustra um pouco.

Por isso me irritei.
Por que cheguei em casa cheia de ideias e não consegui colocar nada em prática.
Precisei apelar.

Coloquei um daqueles filmes clichês de Hollywood pra assistir, e ficar lembrando que nada na minha vida parece com esses romances frescos do cinema.

Nunca nenhum amigo meu vai se apaixonar por mim depois da gente ter alguma coisa sem compromisso e superficial, nunca nenhum cara vai correr atrás de mim no aeroporto gritando "OH POR FAVOR NÃO SE VÁ", e duvido muito que o protagonista cafajeste pegador mude de ideia quando me conhecer.

Sabe?
Isso não existe.

Eu não sou de ficção.


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