terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre tremores, ondas e o nascer do sol

Não peço por nada.
Nunca pedi e nem me vejo no direito de tal.
Sempre conto os passos, calculo distâncias, me preocupo com resultados e suas provas reais. Mas no fim, de nada adianta. Nunca posso adivinhar ou prever. No fim das contas, tudo é só parte do meu processo pra aceitar o que não posso decidir.
Finjo que tenho algum poder sobre a vida, quando na verdade sou completamente escrava dos meus sentimentos, impostos por uma força maior, incrívelmente fora do meu controle.

E tudo perde um pouco da graça quando não tem graça alguma. E assim foi: não vi um pingo de magia, não vi graça nenhuma no teu sorriso que por muitas vezes parecia até forçado.
E quando tentei ignorar, quando tentei me fazer de "maior", vi que que nada adiantava. Você que era essa força maior, que sempre me mostrava que a vida seguia, a gente querendo ou não. E o que faltava era eu assumir o erro. Eu sabia que não daria certo de jeito algum.

Essa noite que sonhei que tinha um gato. Cinza, com manchas amarelas. Meu ódio por gatos sempre me fazia sonhar que tinha vários deles, e que éramos felizes, mesmo com arranhões e espirros chatos por culpa dos pêlos.
E talvez isso explique tudo: Aqui estou, com meus arranhões, cicatrizes e uma vontade incrível de te tirar a força da minha vida. Mas eu não posso!
Não posso porque sempre lembro dos motivos que me levaram a gostar de ti, de te achar diferente, e de te respeitar por TUDO que você parecia ser. E você sempre me prova que eu estive certa o tempo todo, até quando não quero.
E mesmo com todos teus defeitos, falhas e ações infantis e medrosas, ainda consigo ver nos teus olhos que eu nunca estive errada.
A gente precisa se aceitar nos nossos dias, mesmo sabendo que não merecemos nem um minuto do tempo deles.

Eu não preciso de você, você não precisa de mim. E é assim que as coisas são: Você é o desnecessário, eu sou a pessoa substituta, e a vida continua.
Seguiremos no mesmo caminho de sempre, fingindo que nada nunca aconteceu.

Mas sempre que você tirar a venda dos olhos, não esqueça: vou estar sempre ali. E só eu sei quem você realmente é, e só você sabe tudo o que eu sou capaz de sentir.
Que se danem os corações partidos e todas as lágrimas que derrubei por ti.
Não consigo te odiar, não sei provar pra mim mesma que você é um idiota, pelo simples motivo de saber que você não é.

O que eu sinto é absolutamente maior do que qualquer erro que podemos cometer.
E não sei me enganar ou tentar forjar um ódio que nunca existiu. A minha mão vai sempre estar estendida até quando você não precisar.