quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Talvez não seja tão difícil assim, e eu que exagero.
Me digam, é difícil viver? Não, honestamente.
Lê de novo.
Leu?
Tá, agora me responde: é difícil?
Claro que tem toda aquela ladainha de que temos que vencer os obstáculos e nos contentar com o que conseguimos. Blá blá blá, eu sei disso, eu assisto Oprah. Mas sempre parece que falta algo. E quando não falta, a impressão que dá é que logo em frente algo vai dar errado.
Às vezes não sei se sou eu que vivo de forma diferente, ou se o geral é assim também.
O fato de analisar e calcular 98,5% das coisas que passam por mim talvez deixe tudo menos “mágico” e mais palpável. Não fui eu que escolhi desse jeito. Na real, parece que jogaram pra mim esse papel, com um post-it que dizia: “faça bom uso da vida, mas não abuse. Não tenta forçar porque aí não dá certo, amiga. Algumas coisas não são pra ti”.

É possível?
É possível alguém quebrar a cara tantas e tantas vezes e achar que o problema é com ela? E quando finalmente consegue “resolver” o que aflige os dias, as coisas continuarem a dar errado? O problema é comigo? Eu to errada em querer seguir em frente e me agarrar às coisas que me fazem bem? Tudo aquilo que fiz e passei, eu tava errada mesmo? Não era tu, não? E se era, porque sigo achando que a culpa é minha?
E agora? Tô errada também? Eu fiz alguma coisa? Algum movimento x foi o responsável por essa confusão?

Quando uma tragédia é anunciada, a gente até entende quando dá errado. Tudo bem. Legal que rola uma espécie de esperança, a gente acha que no final, de algum jeito, vai dar tudo certo. Mas claro que não dá, e beleza, a gente sabe que era pra ser daquele jeito, enfim, por mais que doa e que seja absurdamente horrível, bola pra frente.
Mas e quando as coisas dão certo? Quando as coisas dão realmente certo, 100%, tudo no caminho pra que seja perfeito. O que se faz quando uma linha não segue reta e cai fora da parte contornada? Tipo quando uma formiga da fila deixa o pedacinho de pão cair e caga com a fila toda. Como se resolve/explica isso? Eu juro que não entendo.

Uma coisa só já aprendi. Em um ano (exatamente um ano, por incrível que pareça), só sei de uma coisa: provei dos dois extremos, e tô doente pelo meio termo. Consegui seguir meu padrão X e Y, por ter visto que só ser Y não era legal, e por ser induzida a ter meu lado X sem medo, porque já tinha e só tava ali, escondido. Quase uma bipersonalidade (X e Y aqui não tem a ver com genética, oks?). Me irrita o fato de tanta gente ser Y. E tudo bem, o X é intenso, mas não liga muito pras conseqüências. O lado X vive porque tá aqui pra isso, e dane-se se amanhã vai dar errado. Essa personalidade X não se importa muito com a questão da “consciência” e do “caguei tudo e agora?”. Obviamente não sei ser só assim, então tenho que ser Y. E o Y é chato, pensa demais, que tudo do jeito que acha que deve ser TEM QUE SER, e arranca os cabelos se não consegue aquilo como quer. Já oscilei muito entre essas duas letrinhas. Mas quando eu achei o meu ponto neutro, achava que ia conseguir puxar pessoas do mesmo tipo. E fiquei de braços abertos, esperando, pra variar.
Não veio ainda. Mas sigo aqui.
No fundo acho que o extremo X é um cagão que finge que vive tranqüilamente, e isso me preocupa, porque muitas vezes sou assim mesmo. E aí tendo pro Y, que me define muito, mas só vira útil porque o X consegue balancear (ou seria ao contrário?). Então minha parte X tem certeza de que o meio termo vem logo, e tenta não dar bola pro fato da parte Y cismar com a história de que viver é um trabalho árduo.

Agora me digam, dá pra viver facilmente sendo só Y e achando que a vida é complicada? E sendo só X, pensando que vai sim dar tudo certo? E sendo os dois? Meu pessimismo é mesmo mais que fé? Claro. É o balanço dos dois. Se isso fosse uma equação matemática, o pessimismo seria Y, e a fé o X. Algo poraí, mas com proporções diferenciadas, creio. Só não sei o que a soma dos dois daria.
X + Y =....
É, pena que não sou boa em matemática.



Meu lado Y escreveu metade deste texto, enquanto o X se sentiu feliz e realizado por ter descoberto uma coisa sobre si mesmo, e resolveu dissertar sobre.
Isso explica muita coisa.
Principalmente o fato de eu achar que to ficando esquizofrênica (e isso é o lado Y que acha).

2 comentários:

iarashi disse...

E eu acho que não tô nada surpresa com isso.
AHAHAHAHHAHAHA
Acho que o meio-termo é sempre o melhor.Mas sempre vai te deixar desejando.. deveria ser mais Y, e ser menos triste? deveria ser mais X,e ser mais feliz?

renata, a gente NUNCA tá realmente feliz com as coisas exatamente do jeito q elas estao.a gente sempre quer mudanças, esempre procura algum problema pra poder reclamar.isso tb faz parte do equilibrio,meu bem...pq se a gente nao tiver do que reclamar,do que achar complicado, a gnete nao vai saber apreciar e reconhecer qnd algo eh simples, qnd algo cai nas nossas maos de bandeja e parece q a gnt nem fez nada por isso.


o jeito eh tentar aproveitar os dois lados de voce.
pq mesmo q os dois possam ser irritantes[pq inevitavelmente t fazem um pouco d mal as vezes], eles sao adoraveis.beijinho doce.

Carla P.S. disse...

X + Y = pontinha do iceberg. E sim, isso teve cunho psicanalítico.
Existe uma felicidade relativa, não absoluta, nesse plano onde nos encontramos. Quem diz o contrário tá vivendo sua felicidade relativa, ou mentindo. Siga em frente, e é isso.
Um super beijo (ultra sônico), e um café.