sexta-feira, 16 de outubro de 2009

E nada mais importa. MESMO?

Há muito tempo não tenho tempo para escrever. Sempre chego em casa cansada, o que resulta apenas numa mente funcionando non-stop e várias idéias soltas, surgindo sem a possibilidade de serem postas em prática.

Culpa de que?

Culpa de uma meta que criei ano passado. Eu apenas esperava conseguir me formar na faculdade e sair de Santa Maria. Começar uma “carreira” no interior do estado do Rio Grande do Sul não seria um grande problema, mas me via apegada demais a Capital.

Nada de deslumbres, nada de “não nasci para morar em uma cidade que só tem um teatro”, e nem tantos motivos pessoais. Nada disso. Eu apenas me sentia tão em casa em Porto Alegre, que acreditava que a cidade poderia Ter mais a me oferecer. E tinha, de fato. Creio que ainda tem, na verdade. Mas isso não vem ao caso, pelo menos não agora.


Depois de Ter conseguido me mudar, e de ter arranjado um emprego, passei a ser um ser humano que vivia apenas no automático: acordava muito cedo pela manhã, ia trabalhar, chegava em casa já pensando no trabalho do dia seguinte e mal desligava a cabeça para conseguir dormir bem. Não recomendo essa vida pra ninguém. Somos mais do que uma mera rotina calculada, com horários de entrada e saída. Se nos entregamos a ela, o resultado não se torna satisfatório; e por mais que tenhamos um salário justo e “gordo”, dinheiro não compensa.

A cada dia me esforço mais pra não transparecer a rotina de “proletariado”, sem tempo livre, e até mesmo sem finais de semana, já que a carga de trabalho exige que gravemos no Sábado e no Domingo. Decidi que não posso me entregar a uma vida que não me faz tão bem, e que me dá tanta dor de cabeça e nas costas, pelas horas sem fim sentada em frente ao computador, ou em pé, encarando uma câmera.


Muito tempo para pensar sempre resulta em conclusões bem trabalhadas, mesmo que a possibilidade seja de você imaginar coisas e criar histórias fantasiosas em sua cabeça. Essa talvez seja a vantagem da criação automática.

Eu, eterna defensora do laptop embutido nos seres humanos (seria tudo tão mais fácil!), acredito que se escrever é uma necessidade “fisiológica”, como é para mim, não podemos deixar a rotina estragar nosso funcionamento.

Quero, mais do que nunca, Ter tempo livre, de sobra, pra dar e vender, para ficar na frente de uma janela do Word e escrever livremente, sem hora pra acabar. Ou, porque não, sentar e escrever numa folha de papel, como fazia nos finais de semana sem nada pra fazer.


Estou me esforçando ao máximo para não deixar a inspiração fugir de mim. Agarro-a pelas perninhas, digo “Volta aqui, desgraçada!”, e tento não desperdiçá-la.

Talvez a errada seja eu, preguiçosa e sem saco para organizar as idéias depois de um longo dia de trabalho. Mas me esforçarei.

Vou passar por cima do INSS, do Vale-alimentação e até mesmo do banco de horas.


A partir de agora a meta muda. Nada de mudanças físicas, ou desejos inacabados por uma vida amorosa cor-de-rosa (até porque neste ponto não tenho do que reclamar. Só que sério). Não evitarei mais minhas idéias. E esta decisão tomo por mim. Do mais puro egoísmo que um terráqueo pode Ter ao querer colocar em prática suas próprias vontades.

E nada mais importa.


















Claro que importa que o expediente começa Às 8h em dias de gravação, e por isso preciso acordar às 6h30 para me arrumar... O que significa que preciso dormir cedo, e não vou poder ficar acordada até tarde... E tem também o dia em que gravamos externas, e a agenda lotada, e os prazos de entrega... e o fato de que gravamos todos os finais de semana e isso extermina minha vida social... quanto será que custa para embutir um laptop no corpo?

Um comentário:

iarashi disse...

the price of your soul ahahaha