sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mar Aberto

Não gosto de despedidas, e não sei lidar com a rejeição.
É triste quando uma relação é cortada ao meio, não sei me livrar de algo que ainda me preocupa.
Me sinto como se estivesse debaixo d'agua, desesperada, procurando ar.
Me esforço tanto pra chegar à superfície, mas sempre pareço precisar de mais e mais ar.
É assim que me sinto há muito tempo.

E a correnteza me leva.
Fraca, vou com ela, e não tenho mais forças pra voltar.
Estou no fundo de novo, sufocada, sem respirar.
Procuro por minha superfície, mas ela parece não ter oxigênio.

Com as mãos atadas, me deixo levar. Vivo as lembranças. Velhas, antigas, passadas.
Entro em transe, fico inconsciente por não mais respirar.

No fim do caminho, já com o corpo exausto, me dou por vencida.
Saio desse mar aberto, e assumo minha derrota.

Não mergulho mais.

Um comentário:

Lais Dornelles disse...

uma vez escrevi sobre uma sensação parecida em relação a água. mas era uma sensação boa. era sobre que mergulhar também é voar. a parte boa é que a queda não machuca. ;)