domingo, 3 de outubro de 2010

A única coisa que resta é tudo

Grite tudo aquilo que você sempre guardou pra si.
Vai ser satisfatório? Vai tirar o peso das tuas costas? Você vai dizer tudo o que sempre quis ter dito?

Você repete sempre o que sente, em palavras diferentes, formatos distintos.
Sempre a mesma coisa, a mesma dor, nenhuma mudança. Você engole o choro, te faz de satisfeita e sempre sonha com dias distantes, que nem sabe se de fato existem.

E como fazer pra explicar tudo, como dizer toda a verdade sem precisar voltar lá de novo?

Pra que voltar? Pra que andar em circulos?

Gira, gira, gira...
Cada vez mais rápido, cada vez mais anestesiante. A ponto de não se sentir nem tonta, nem mal, nem nada.

Você fecha os olhos com força e no fim é apenas uma cópia de tudo aquilo que já foi.

No auge da duplicação, triplicação, transformação idêntica de você mesma, a velocidade em que gira se torna sua pior inimiga. Presa em você mesma, não pode nem tentar sair. Quando tentar dar um passo a frente, vai se perder no impulso, correr o risco de cair.

A gente não pode ir contra as leis da física.

Mas a gente pode girar mais devagar.

4 comentários:

Kash disse...

PORRA,Renuska.Dessa vez tu me serviu mais que qqer outra.Ontem me invandiu um turbilhão de pensamentos,e agora leio isso.É bem a resposta.Sério,tu não faz ideia o quanto é eu nos teus textos.
Enfim.

Renuska disse...

Acho que no fundo somos todos iguais, kash! usadguysagduhsai :)

Libriana Voadora disse...

"Você repete sempre o que sente, em palavras diferentes, formatos distintos." Gostei... tu escreve muito bem!! Beijos!

Renuska disse...

Obrigada!! :)