quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se eu fosse "muda" talvez ajudasse

Sabe, às vezes tenho vergonha de ser eu mesma, de dizer o que sinto. Tenho medo que você se incomode, canse e me passe a diante.

Sou assim, mesmo. E esse lado meu é o que não deixo você ver.
Você vê a que sorri, que brinca, que se diz segura e certa de tudo que (acha que) sabe.
Mas toda vez que você vai embora, rio sozinha da minha quase desgraça, do meu cabelo bagunçado, do meu pé feio, dos quilos que ganhei no ano passado. Aí penso de novo "como ele me aguenta?".
E quando vejo todas aquelas meninas lindas que me dizem que te acham demais, abaixo a cabeça e tenho só uma certeza: vou ter que comer muito arroz e feijão pra chegar aos teus pés. Porque cada vez que você sorri, ou mexe no cabelo, me desmonto, perco a fala, fico com vergonha de dizer qualquer coisa e estragar o que você consegue fazer sem nem tentar.

E é nessas horas que me torturo, me achando ridícula por me esforçar, por achar que preciso correr pra ser quem você merece. E me perco, me estrago, na certeza de que todas minhas corridas são só motivos pra você me achar uma idiota.

Aí escrevo, porque alivia. Escrevo tudo o que não tenho coragem de te dizer... Parece mais simples desabafar e deixar tudo em segredo. Mas esses dias, depois de publicar um texto, me dei conta de que você poderia ler tudo isso. E foi aí que me senti a maior babaca de todo universo. Te imaginei por horas irritado, balançando a cabeça em negação. Ah, sou uma idiota mesmo. Eu que sempre gostei de escrever sobre os outros, agora me entrego e não sei falar de outra coisa. Há um mês eu só consigo escrever sobre a confusão que você fez aqui.

É complicado demais gostar de alguém...

Um comentário:

pEdrooo disse...

Não penso, e nem quero mudar. Como dizia a antiga música que era tema da personagem cravo e canela, nem sempre mudar é solução. Que a gente melhore, mas não perca a pontaria da essência, não maquie aquilo que nos é inerente. Um pouco mais de paciência, mas não ser considerada submissa; um amolecimento de ideias e posicionamentos, sem esquecer aquilo em que se acredita.