quinta-feira, 8 de julho de 2010

Previsível

Refiz meu coração pra chegar até aqui, mas ainda sinto as marcas daquilo que não consigo esquecer. Não ouso mais nada, só acumulo, com medo de qual será minha reação. Digo várias vezes, mentalmente, que já passou e que está tudo bem, mas às vezes acho que é apenas uma repetição feita pra me enganar. Não sei porque continuo no mesmo lugar.

A sensação que tenho é a de que sei exatamente o que não quero, mas que não faço idéia do que posso querer. Me falta coragem pra assumir o que sinto, não consigo mais com a honestidade. Devia me fechar em um lugar, colocar aquela música em volume máximo e chorar, me deixar levar pra não ter mais volta, mas não consigo. Seguro o choro e finjo, só falseio o que não tenho forças pra dizer.

Me perdi na metade do caminho e não faço idéia de como sair daqui. Parece que espero que uma mão me resgate, mas talvez não faça sentido se não for a sua. Desejo o impossível, sabendo que já foi embora sem se despedir. Guardo o absurdo, vontade daquilo tudo que não vivi.
Não sei mais até onde é mágoa, até onde é saudade. Sei que dói. Transbordo sentimentos, escondendo o que, na verdade, não sei até onde consigo aguentar.

Nenhum comentário: