sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cenoura, laranja e mel

E aí meu laptop começou a fazer uns barulhos estranhos. Fiquei olhando com cara de maluca pra ele, como se ele fosse me ver também e entender que eu estava incomodada.

Queria sair de casa, queria dar uma volta, queria mergulhar os pés na piscina, queria qualquer coisa.... QUALQUER coisa. Havia passado o dia todo enfurnada no mesmo lugar, encarando a mesma janela, como se alguma coisa fosse aparecer pelo céu me chamando pra sair. Era sempre assim: eu esperava. Esperava, esperava, aguardava enquanto esperava, e não fazia nada.
Quando alguém me convidava pra sair, eu dizia não, na esperança de que alguma coisa melhor fosse aparecer. Mas não aparecia. E eu era orgulhosa, e não ia voltar atrás do meu não, né? E ficava ali, sentadinha, tentando organizar lembranças e pensamentos, que só me deixavam cada vez mais confusa.

Não conseguia me concentrar e isso era horrível. A espera era uma tortura.
Aí claro. Você se pergunta: "Ah, mas poxa, o que você tanto espera, hein?".

Sabe que eu não sei?
Acho que espero por algo pra esperar. Espero por uma vontade que me faça sair de casa. Espero que eu esteja errada quando digo que eu não mereço tudo isso.
Espero que as pessoas me entendam, talvez. Que elas me apoiem e digam "Ah, que legal! Eu sabia que isso ia acabar acontecendo, tu merece!".

Espero por qualquer coisa que não seja esse fracasso ridículo que é ficar em casa, trancada, esperando passar essa vontade de te esperar.

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