quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Se a gente pudesse escolher, talvez não teria tanta graça

Enchi o copo até o topo.
Que ridículo, beber pra esquecer.

Fui completamente sem limites, sem pensar. Tudo pra não ter que lembrar do que tinha acontecido... Era mais fácil esquecer do que resolver. E essa era eu, sempre enrolando, adiando, sofrendo por não assumir tudo o que tinha feito.

Escondia o que todo mundo já sabia. E me sentia incrível por ter esse "poder" nas mãos... poder de ser uma farsa.

Passei meia hora olhando fixamente pra parede, buscando uma solução.
Foi quando o telefone tocou e você disse que queria me ver.

Deixei o copo em cima da mesa, ainda cheio.

Sem nem tomar um gole, esqueci de tudo.
Era isso que você fazia comigo: me levava pra outro lugar, me deixava leve, me transformava em tudo aquilo que eu sempre quis ser.
E apesar de eu sempre abusar do pessimismo e de me perguntar até quando você ia seguir me enganando, eu sorria.

Sorria ao beber esse copo cheio de você.

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